PARNATE (GlaxoSmithkline)

Tranilcipromina

Composição
Cada drágea contém: Sulfato de tranilcipromina 13,7 mg (equivalente a 10 mg de tranilcipromina base); Excipiente q.s.p. 1 drágea. Excipientes: Sulfato de cálcio, acácia, alfacelulose, sacarose, amido, estearato de magnésio, gelatina, etilcelulose, dióxido de titânio, corante vermelho FD & C no 3, corante FD & C no 4, cera de carnaúba, cera branca, cera amarela.

Informações técnicas
Contém como princípio ativo a tranilcipromina, quimicamente o sulfato de (±) trans-2-fenilciclopropilamina (2:1), um inibidor da monoaminoxidase, não-hidrazínico, de ação rápida. A tranilcipromina eleva a concentração de epinefrina, norepinefrina e serotonina nos sítios de armazenamento do sistema nervoso e, teoricamente, a elevação da concentração dessas monoaminas, nas fontes cerebrais, é a base da ação antidepressiva da tranilcipromina. Quando esta é retirada, a atividade da monoaminoxidase é recuperada em 3 a 5 dias, embora a droga seja excretada em 24 horas.

Indicações
A tranilcipromina é indicada para o tratamento da depressão; no entanto, o seu uso não é recomendado em estados depressivos leves, resultantes de problemas ocasionais da rotina diária.

Contra-indicações
É contra-indicada nas seguintes circunstâncias: em pacientes com distúrbios cerebrais ou cardiovasculares, história de dores de cabeça freqüentes ou recorrentes, dano hepático ou discrasias sangüíneas. PARNATE (tranilcipromina) não deve ser administrado em qualquer paciente com distúrbio cerebral ou cardiovascular ou hipertensão, confirmada ou suspeitada. Na presença de feocromocitoma, PARNATE (tranilcipromina) não deve ser administrado na presença de feocromocitoma ou na possibilidade de sua existência, uma vez que tais tumores secretam substâncias pressoras.

Advertências
Devido aos efeitos de várias drogas antidepressivas (inclusive cloridrato de buspirona) persistirem por vários dias, o tratamento com PARNATE (tranilcipromina) só deve ser iniciado após uma semana da descontinuação do tratamento com tais drogas. De modo similar, considere o intervalo de uma semana entre a descontinuação de PARNATE (tranilcipromina) e a administração de qualquer outra droga que esteja contra-indicada para administração concomitante com PARNATE (tranilcipromina). PARNATE (tranilcipromina) deve ser administrado com a máxima cautela com as seguintes drogas: guanetidina, pois sua ação pode ser antagonizada; reserpina, porque pode ocorrer hiperatividade; alfametildopa, uma vez que a combinação pode causar excitação central elevada; outros agentes hipotensores, devido à possibilidade de ocorrer efeitos hipotensores sinérgicos; barbiturados, pois sua ação pode ser prolongada ou potencializada; agentes antiparkinsonianos, devido à combinação ser passível de potencialização, com sudorese profusa, tremor e elevação da temperatura corporal; e cloridrato de clomipramina, pois esta droga, em combinação com inibidores da MAO, foi relatada como causadora de hiperpirexia, coagulação intravascular difusa e estados epilépticos em combinação com outros inibidores da MAO, tais como furazolidona, isocarboxazida, nialamida, pargilina e fenelzina.

Precauções
O uso de PARNATE (tranilcipromina) deve ser rigorosamente observado: Em pacientes idosos, devido à possibilidade da existência de esclerose cerebral com vasos danificados. Em pacientes diabéticos. Alguns inibidores da MAO têm contribuído para episódios hipoglicêmicos em pacientes diabéticos, recebendo insulina ou agentes hipoglicêmicos orais. PARNATE (tranilcipromina) deve ser usado com cautela em diabéticos sob tratamento com estas drogas. Em pacientes epilépticos. Devido à influência da tranilcipromina no limiar convulsivo ser variável em animais de laboratório, precauções devem ser tomadas se pacientes epilépticos forem tratados com PARNATE (tranilcipromina). Antes de cirurgias. Embora a excreção de tranilcipromina seja rápida, é aconselhável descontinuar a terapia com PARNATE (tranilcipromina) pelo menos sete dias antes da cirurgia, devido à possível interferência na ação de certos anestésicos e analgésicos. Na gravidez. O uso de qualquer droga durante a gravidez ou lactação requer que sejam comparados os benefícios potenciais e os possíveis riscos à mãe e à criança. Estudos de reprodução animal demonstraram que PARNATE (tranilcipromina) atravessa a barreira placentária de ratas e atinge, também, o leite de cadelas lactantes. Em pacientes com insuficiência renal, uma vez que existe a possibilidade de efeitos cumulativos em tais pacientes. Em pacientes hipertiróideos, devido à sua sensibilidade elevada a aminaspressoras. Os inibidores da MAO podem ter a capacidade de suprimir a dor anginal que, por outro lado, serviria como indicação de isquemia miocárdica.

Interações medicamentosas e alimentares
PARNATE (tranilcipromina) deve ser administrado com cuidado nos seguintes casos: Em combinação com derivados benzodiazepínicos, tais como: amitriptilina, desipramina, imipramina, nortriptilina, protriptilina e carbamazepina, pois estas combinações podem induzir a crises hipertensivas ou ataques cardíacos graves. Em combinação com simpaticomiméticos, incluindo anfetaminas, efedrina e produtos contra gripe, coriza alérgica e medicamentos redutores de peso que contenham vasoconstritores. Em combinação com fluoxetina: embora a relação causal não tenha sido estabelecida, foi relatada a ocorrência de morte após a iniciação da terapia com inibidores da MAO logo após a descontinuação da fluoxetina. Por isso, tranilcipromina não deve ser usada em combinação com a fluoxetina. Recomenda-se um intervalo de pelo menos cinco semanas entre a descontinuação da fluoxetina e o início da terapia com tranilcipromina. Em combinação com dextrometorfano: a combinação de inibidores da MAO e dextrometorfano foi relatada por causar episódios curtos de psicose ou comportamento bizarro. Em combinação com queijo ou outros alimentos com alto teor de tiramina. Em algumas ocasiões, tem-se registrado crises hipertensivas durante o tratamento com tranilcipromina, após a ingestão de alimentos com alto teor de tiramina. Em geral, o paciente deve evitar alimentos ricos em proteína, nos quais a maturação ou a decomposição da proteína são usadas para aumentar o sabor desses alimentos. Os pacientes devem ser orientados a não ingerir alimentos, tais como: queijo (principalmente do tipo forte e coalhada), vinho chianti ou xerez, arenque defumado, caviar, fígado, figos enlatados, passas (uvas secas), bananas ou abacates (principalmente se muito maduros), chocolate, molho de soja, feijão de soja, extratos de levedo, carnes preparadas com substâncias amaciadoras (tipo tender), cerveja. Os pacientes devem ser orientados a não consumir quantidades excessivas de cafeína sob qualquer forma.

Reações adversas
A reação adversa mais freqüentemente observada é insônia, que pode ser superada, geralmente, administrando-se a última dose do dia até 15 horas, reduzindo-se a dose ou prescrevendo-se um hipnótico leve. Casos ocasionais de tonteira, palpitação, fraqueza, secura na boca e sonolência têm sido relatados. Palpitações ou dores de cabeça raramente freqüentes, não acompanhadas de hipertensão paroxística, podem estar relacionadas à dosagem em alguns pacientes. Tais sintomas podem responder à redução da dose. Se a melhora não for rápida, a droga deve ser descontinuada. Hipotensão, que pode ser postural, tem sido observada durante a terapia com tranilcipromina. Síncope tem sido observada raramente. A dose não deve ser aumentada na presença de hipotensão. Esta reação adversa é normalmente temporária, mas se persistir, o medicamento deve ser descontinuado. A pressão sangüínea retornará, então, rapidamente ao nível encontrado antes do tratamento. Aumento do estímulo, que pode incluir ansiedade e agitação, e sintomas maníacos podem ocorrer eventualmente com a dose normal, mas estão mais comumente associados à superdosagem. A redução da dose é indicada. Em alguns casos, pode ser útil administrar um ansiolítico fenotiazínico, como a clorpromazina, concomitantemente. A reação adversa mais importante relacionada ao uso de PARNATE (tranilcipromina) é a ocorrência de crises hipertensivas, as quais, algumas vezes, são fatais. Estas crises são caracterizadas por alguns ou todos os seguintes sintomas: dor de cabeça na região occipital (podendo refletir-se na região frontal), palpitação, rigidez ou dor no pescoço, náusea ou vômito, sudorese com palidez seguida de rubor. Pode ocorrer tanto taquicardia quanto bradicardia associada à midríase. Esta dor de cabeça, aliada à dor e rigidez dos músculos cervicais, pode mimetizar uma hemorragia subaracnóide, mas pode igualmente estar associada à hemorragia intracraniana, assim como com outras condições em que uma repentina elevação da pressão sangüínea ocorre. Tais hemorragias foram relatadas, algumas das quais foram fatais. A terapia deve ser descontinuada imediatamente após a ocorrência de palpitação ou dores de cabeça freqüentes durante o uso de tranilcipromina. Estes sinais podem ser indicativos de uma reação hipertensiva. Os pacientes devem ser instruídos a relatar de imediato a ocorrência de dor de cabeça ou outros sintomas. Tratamento recomendado em caso de crise hipertensiva: Se uma crise hipertensiva ocorrer, PARNATE (tranilcipromina) deve ser descontinuado e uma terapia para redução da pressão sangüínea deve ser, imediatamente, instituída. As dores de cabeça diminuem de intensidade com a redução da pressão sangüínea. Recomenda-se o uso de fentolamina (5 mg, IV), injetada lentamente, a fim de evitar um efeito excessivamente hipotensor. A febre pode ser controlada por resfriamento externo. Outras medidas sintomáticas e de suporte podem ser proveitosas em casos específicos. Os sintomas agudos desaparecem geralmente em 24 horas. Não se deve utilizar reserpina por via parenteral. Foram relatados casos de distúrbios hematológicos, incluindo anemia, leucopenia, agranulocitose e trombocitopenia.

Posologia
A dose inicial é de 20 mg/dia, administrados em 10 mg pela manhã e 10 mg à tarde. Caso não haja resposta satisfatória após duas semanas, pode-se acrescentar mais uma drágea ao meio-dia. Continue esta dosagem por pelo menos uma semana. Quando uma resposta satisfatória for estabelecida, a dose pode ser reduzida para o nível de manutenção. Alguns pacientes serão mantidos com 20 mg/dia, outros necessitarão de apenas 10 mg/dia. Se nenhuma melhora for obtida, a continuidade da administração não será benéfica. Quando a tranilcipromina é administrada concomitantemente com tranqüilizantes, a dose não é afetada. Quando a droga for administrada juntamente com terapia eletroconvulsiva, a dose recomendada é de 10 mg, duas vezes ao dia, durante as séries de aplicações, e 10 mg ao dia, posteriormente, como terapia de manutenção.

Superdosagem
Sintomas: Os sintomas característicos provocados por uma superdosagem são, geralmente, aqueles descritos no item Reações adversas. Taquicardia, sudorese e hiperpirexia com inquietação e excitação são geralmente produzidas. Depressão, estupor ou coma podem, contudo, ocorrer ou desenvolver-se. A pressão sangüínea pode elevar-se, mas hipotensão poderá sobrevir. Tratamento: A lavagem gástrica é de grande ajuda se realizada prontamente. O tratamento deve consistir, normalmente, em medidas gerais de suporte, observação rígida dos sinais vitais e de medidas para neutralizar sintomas específicos tão logo ocorram, pois a inibição à MAO pode persistir. O tratamento de crises hipertensivas está descrito no item Reações adversas. Resfriamento externo é recomendado caso ocorra hiperexia. Foi relatado o uso de barbitúricos para auxiliar a melhora das reações mioclônicas, mas a freqüência de administração deve ser cuidadosamente controlada, visto que a tranilcipromina pode prolongar a ação do barbitúrico. Quando o estado de hipotensão necessitar de tratamento, as medidas padrão para o controle do choque circulatório devem ser imediatamente iniciadas. Se agentes pressores forem necessários, noradrenalina deve ser a droga escolhida; contudo, sua ação pode ser potencializada e a velocidade de infusão deve ser controlada através de observação rigorosa do paciente. Mefentermina ou metaraminol pode ser necessário caso ocorra hipotensão refratária acentuada (insuficiência ventricular esquerda deve ser excluída). O sucesso da recuperação seguida da hemodiálise após uma superdosagem de 350 mg de tranilcipromina foi relatado.

Apresentação
Drágea: Apresentação em embalagem com 20 drágeas.