Psicofármacos
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luvox
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O que é ?
O luvox é
a fluvoxamina, um inibidor da recaptação da serotonina e parente
próximo da fluoxetina.
Para que serve ?
Tem sua principal atividade no controle da depressão,
dotranstorno obsessivo-compulsivo
e do distúrbio do pânico.
Como é usado ?
Os comprimidos do luvox contêm 100mg da fluvoxamina. A dose recomendada
gira em torno de 100 a 300mg por dia. Os comprimidos podem ser dados pela manhã
ou distribuídos ao longo do dia.
Principais efeitos
colaterais
Náuseas, vômitos, enjôo e sensação
de queimação na altura do estômago ou esôfago são
os efeitos colaterais mais comuns. Além desses pode provocar palpitações
(sensação desagradável do batimento cardíaco), dores
de cabeça, insônia ou sonolência, tonteiras, agitação,
esquecimentos, diminuição do desejo sexual.
Considerações importantes
O luvox não deve ser dado junto a medicações que
contenham terfenadina, astemizol, tranilcipromina
ou algum IMAO irreversível. O álcool assim como outras substâncias
com poder de deprimir o funcionamento do sistema nervoso, como os antihistamínicos,
devem ser administrados com moderação para não causar excessiva
sedação. Não há indícios de maiores problemas
quanto à fase inicial da gestação, mas sempre que possível,
é melhor evitar o uso nesse período.
Entrevista concedida pelo prof. Frederico Navas Demetrio à Neurociência em Foco Ano1 nº 3
Em quais modalidades
de depressão a fluvoxamina pode ser utilizada?
A fluvoxamina é reconhecida como um antidepressivo eficaz do grupo dos
inibidores seletivos da recaptação de serotonina, podendo ser
utilizada por todos os pacientes que apresentem um transtorno depressivo. Além
disso, ela é particularmente eficaz no tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo
ou TOC. Essa é uma característica diferencial em relação
às demais drogas da mesma classe. Muitas vezes, há casos de depressão
em que não há uma comorbidade clara com o TOC, mas em que existem
sintomas de distúrbios de ansiedade. Também nesses pacientes,
a fluvoxamina pode ter uma eficácia diferencial.
Quais são as doses
utilizadas para o tratamento de depressão, ansiedade e TOC?
Elas sempre são determinadas individualmente, mas variam entre 100 e
300mg ao dia.
Especificamente para
transtornos de ansiedade, quais são as vantagens do tratamento com a
fluvoxamina?
A droga pode ser responsável pelo acréscimo de vantagens em relação
à tolerabilidade. É interessante notar que em casos nos quais
a ansiedade não é acompanhada por uma comorbidade depressiva,
as doses podem ser até menores do que 100mg, embora essa não seja
uma recomendação formal.
Para os transtornos de
ansiedade, como se dá o tratamento com a fluvoxamina?
Como qualquer outro inibidor de recaptação de serotonina, a fluvoxamina
pode causar uma exacerbação sintomática inicial em alguns
pacientes. Nesses casos, utiliza-se uma quantidade pequena de um benzodiazepínico,
no início do tratamento e por um curto período de tempo. À
medida que o efeito benéfico da fluvoxamina se apresenta, o benzodiazepínico
é retirado, para que não haja problemas de tolerância e
dependência.
Os transtornos de ansiedade
podem ser curados com a fluvoxamina?
De forma geral, o tratamento leva à remissão completa dos sintomas
na enorme maioria dos pacientes. Isso não significa, no entanto, que
a remissão seja obrigatoriamente permanente, pois os transtornos ansiosos
têm a tendência de ser crônico-recorrentes. Muitas vezes,
o uso da droga é obrigatório por um período de vários
meses ou mesmo anos. Com a consolidação da melhora do paciente,
podem-se reduzir as doses até uma eventual suspensão do uso da
substância. Mas os transtornos podem voltar em prazos não-previsíveis,
uma vez que há fatores biológicos que não são modificados
pelo tratamento.
Como se dá o tratamento
com a fluvoxamina para o TOC?
O TOC tende a apresentar uma forma crônica em um grau maior do que a depressão
e a ansiedade. Desse modo, dificilmente a substância pode ser retirada.
A medicação deve ser utilizada continuamente, para que não
haja exacerbação dos sintomas. Para o TOC, é obrigatórios
a associação da terapia medicamentosa à psicoterapia. Esse
tratamento conjunto também é importante para a depressão
e a ansiedade.
Quais são as vantagens
que a fluvoxamina apresenta em relação a outras drogas dessa mesma
classe no tratamento da depressão, da ansiedade e do TOC?
Ela é mais eficaz do que qualquer outro inibidor seletivo de recaptação
de serotonina nos tratamentos de pacientes com depressão e sintomas obsessivo-compulsivos,
ou transtornos de ansiedade com sintomas obsessivo-compulsivos, além
dos que apresentem o próprio TOC. Em termos de interações
medicamentosas, a fluvoxamina pode apresentar uma vantagem, por exemplo, sobre
a paroxetina e a fluoxetina, que inibem frações do citocromo P450
responsáveis pela metabolização de medicações
psiquiátricas e de uso geral. A fluvoxamina apresenta menor potencial
dessas inibições, ou seja, é mais segura.
Quais vantagens a fluvoxamina
apresenta sobre as drogas da mesma classe em relação à
qualidade de vida?
Sabe-se que, entre os inibidores de recaptação de serotonina,
alguns são mais pródigos em provocar efeitos colaterais de ordem
sexual, como retardo ejaculatório. Muitos pacientes que recebem fluvoxamina,
ao contrário, apresentam uma prevalência menor de sintomas relacionados
a distúrbios sexuais. Mas esse aspecto varia de paciente para paciente.
Por isso, quando se fala em qualidade de vida, o principal é ter como
foco a eficácia. Outro aspecto importante nesse sentido é o perfil
de efeitos colaterais.
Em relação
às drogas antidepressivas de outras classes, que vantagens a fluvoxamina
apresenta?
Em relação aos antidepressivos tricíclicos, a fluvoxamina
tem perfil melhor de segurança, além de ser mais bem tolerada.
Qual é a sua experiência
clínica com a fluvoxamina para o tratamento da depressão, ansiedade
e TOC?
Em razão da eficácia diferencial para transtornos ansiosos, sintomas
obsessivo-compulsivos e TOC, prescrevo a fluvoxamina para pacientes com essas
condições, em detrimento dos demais inibidores seletivos de recaptação
de serotonina.
Última Atualização:
8-02-2007
Ref. Bibliograf.:
Drugs. 2000 Oct;60(4):925-54.
Fluvoxamine. An updated review of its use in the management of adults with anxiety
disorders