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Prozac |
O que a ciência
diz a respeito do Prozac?
O Prozac continua sendo alvo de inúmeras
pesquisas. No site de buscas médicas do google (http://scholar.google.com)
mais de 56.000 referências foram encontradas sendo que 10.100 delas desde
2000. Ou seja, mesmo não sendo uma medicação nova continua
despertando grande interesse por parte dos pesquisadores. O privilégio
de tanto interesse não é compartilhado por outros antidepressivos.
Há vários livros a respeito da medicação, vários
deles apontando problemas, defeitos e limitações, contudo sua utilização
não está sendo superada pelos novos antidepressivos.
O que
há de tão especial no Prozac? Para responder a esta pergunta precisamos
rever o processo histórico desta medicação. O que aconteceu
com o prozac é semelhante ao que aconteceu com o diazepam quando foi lançado,
mas ao contrário dele, o Prozac não causa nenhuma dependência.
Quando o Prozac surgiu reinavam os antidepressivos tricíclicos, que até
hoje não foram superados, mas produzem muitos efeitos colaterais, desvantagem
que o Prozac não tem. O Prozac é representante da nova geração
de antidepressivos "confortáveis", seu perfil predominantemente
sobre os receptores de serotonina permitiu uma maior tolerância, com isso
a eficácia tornou-se mais evidente criando uma aparência de superioridade.
Esta qualidade do Prozac fez e diferença e logo foi seguido por uma leva
de novas substâncias de ação semelhante, como o Zoloft, o
Cipramil e o Luvox. Atualmente a tendência está girando para as medicações
de ação dupla, antidepressivos que atuam sobre dois receptores simultaneamente,
ao invés de um só. Por enquanto não se constatou nenhuma
superioridade, mas são alternativas para as pessoas que não obtiveram
sucesso com o Prozac ou outros inibidores seletivos da recaptação
da serotonina. Além de tudo isso o Prozac possui uma propriedade que os
antigos antidepressivos não tinham a capacidade de atuar em pessoas sem
depressão. Ao contrário do que muitos pensam, os antidepressivos
não possuíam nenhuma atividade sobre as pessoas sem depressão,
já os inibidores seletivos da recaptação da serotonina são
capazes de produzir um relaxamento sobre as pessoas sem patologias, deixam-nas
despreocupadas, menos estressadas, mais tranqüilas e menos irritáveis.
Essa propriedade fez a diferença, é real e não é fruto
da mídia ou mitos criados a partir de casos isolados. Como é uma
medicação segura (pode ser usada até durante a gestação)
e seu uso prolongado não traz problemas nem se perde a eficácia,
muitas pessoas sem quadros psiquiátricos beneficiam-se do Prozac, principalmente
aqueles que vivem em grandes centros urbanos ou estão submetidos a situações
estressantes continuamente.
Quanto a questão do suicídio? A
própria bula fala a respeito de propensão ao suicídio em
jovens. As publicações recentes (desde 2000) não confirmaram
isso, há suspeita de se ter usado doses baixas nos casos que terminaram
em suicídio, e há também a questão do desvio estatístico.
Na população geral as pessoas mais inclinadas ao suicídio
são as portadores de problemas psiquiátricos, dentre elas, os deprimidos.
A fluoxetina (nome genérico do Prozac) é recomendada como medicação
de primeira escolha para o tratamento da depressão pelo FDA e desde a época
do uso dos antidepressivos tricíclicos se sabe que a fase mais arriscada
para suicídio é o começo da recuperação. Quando
a pessoa está no "fundo do poço" não é nem
capaz de matar-se mas quando começa a melhorar adquire iniciativa para
isso. Antigamente não se acusava as medicações de provocar
suicídio. De fato não foi comprovado que o Prozac leve ao suicídio,
embora como fosse de se esperar, as pessoas que tomam Prozac se suicidam mais
do que as pessoas que não tomam nenhum psicotrópico, pois quem não
está deprimido não pensa tanto em suicídio como quem está.
Se fossemos seguir esse raciocínio teríamos que admitir que devêssemos
evitar os hospitais quando estivéssemos doentes, pois as pessoas morrem
mais nos hospitais do que em casa.
Tudo o que foi dito aqui é válido
também para as demais marcas da fluoxetina.
O que
é ?
O prozac
é a fluoxetina, um antidepressivo inibidor da recaptação da serotonina.
Para
que serve ?
Suas principais indicações são para o tratamento da depressão,
do transtorno obsessivo-compulsivo
e da bulimia nervosa.
Como
é usado ?
A dose geralmente usada varia entre 20 e 80mg ao dia.
O ajuste da dose depende dos benefícios e efeitos colaterais que o paciente estiver
passando. Pacientes que tenham alcançado um benefício satisfatório com 20mg não
terão motivo para elevar a dose.
Principais
efeitos
Os efeitos colaterais mais comuns geralmente passageiros
são: dores de cabeça, insônia, nervosismo, tonteiras, enjôo ou diarréia. Outros
efeitos relatados com menos frequência foram: sedação, ansiedade, zumbidos, sensação
de cansaço, tremores, aumento da quantidade de suor, inapetência, prisão de ventre,
má digestão.
Considerações
importantes
Sobre a gestação os únicos estudos feitos foram em animais
que não apresentaram nenhum problema durante a formação embrionária, também nunca
foi relatado nenhum problema de má formação fetal em pacientes que fizeram uso
durante os primeiros 3 meses de gestação. Isto contudo não nos garante a segurança
da medicação para a primeira fase gestacional. O daforin não pode ser dado a quem
estiver tomando tranilcipromina ou algum similar, o
intervalo entre uma medicação e outra deve ser de 2 semanas. Pacientes com problemas
atuais ou passados de epilepsia deve ter um cuidado especial durante o uso desse
remédio. A eliminação do daforin é demorada, o organismo leva 2 a 3 dias para
reduzir a metade a dose circulante, pacientes com problemas no fígado terão esse
período ainda mais prolongado, requerendo portanto doses menores. Pacientes com
grave deficiência do funcionamento dos rins poderão ter acúmulo e até intoxicação
pela medicação, devendo portanto tomarem especial cuidado. Geralmente o fabricante
recomenda não tomar bebidas alcoólicas, contudo quem toma doses baixas de daforin
não encontrará muitos problemas se beber pouco, poderá entretando, surgir em consequência
disso maior sonolência e maiores desconfortos gástrico. Aqueles que tiverem experimentado
efeitos desagradáveis com essa combinação devem evitá-la, mas os que souberem
usar com ponderação sem problemas não estão proibidos de beber enquanto tomam
o daforin, doses altas de álcool com daforin pode ser fatal.
Última
Atualização: 24-07-2005
Ref. Bibliograf.:
J
Clin Psychiatry. 2001;62 Suppl 22:24-9
Fluoxetine: a suitable long-term treatment.
Calil HM