Depakene

Formas farmacêuticas e apresentação:
DEPAKENE cápsulas 250 mg: embalagens com 25 cápsulas - Lista nº 5681
DEPAKENE comprimidos revestidos 300mg: embalagens com 25 comprimidos revestidos (liberação entérica) - Lista nº D925
DEPAKENE comprimidos revestidos 500 mg: embalagens com 50 comprimidos revestidos (liberação entérica) - Lista nº E509
DEPAKENE xarope: embalagens com 1 frasco de 100 ml e um copo medida- Lista nº 5682

USO PEDIÁTRICO E ADULTO


Composições:
Fórmula por cápsula de 250 mg
- Ácido valpróico......................................................250 mg
- Excipientes* q.s.p..................................................1 cápsula
*Óleo de milho, propilparabeno, metilparabeno, glicerina, água deionizada, dióxido de titânio, gelatina, corante amarelo e óleo mineral.
Fórmula por comprimido revestido de 300 mg
- Valproato de sódio................................................300 mg
(que equivale a 260 mg de ácido valpróico)
- Excipientes* q.s.p..................................................1comprimido revestido
*Dióxido de silício coloidal, celulose, polividona, álcool etílico, cloreto de metileno, talco siliconizado, acetoftalato de celulose, dióxido de titânio, dibutilftalato, ácool metílico e corante amarelo.
Fórmula por comprimido revestido de 500 mg
- Valproato de sódio.................................................576 mg
(que equivale a 500 mg de ácido valpróico)
- Excipientes* q.s.p...................................................1comprimido revestido
*Dióxido de silício coloidal, celulose, polividona, álcool etílico, cloreto de metileno, talco siliconizado, acetoftalato de celulose, dióxido de titânio, dibutilftalato, ácool metílico e corante amarelo.
Fórmula por 5 ml de xarope
- Valproato de sódio..................................................288 mg
(que equivale a 250 mg de ácido valpróico)
- Excipientes* q.s.p.........................................................5 ml
*Glicerina, metilparabeno, propilparabeno, açúcar, sortitol, vanilina, corante vermelho, sabor cereja artificial, água deionizada. Ácido clorídrico para ajuste de pH.


INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Descrição
O ácido valpróico é um ácido carboxílico denominado como ácido 2-propilpentanóico sendo sua fórmula empírica C8H16O2 e seu peso molecular 144. Apresenta-se como um líquido incolor, levemente insolúvel em água e muito solúvel em solventes orgânicos. O valproato de sódio é o sal sódico do ácido valpróico, designado como 2-propilpentanato de sódio e quimicamente designado como C8H15NaO2. O valproato de sódio tem um peso molecular de 166,2 e se apresenta como um pó higroscópico branco ou quase branco, cristalino e sem odor. É muito solúvel em água e etanol (96%) e praticamente insolúvel em éter.

Farmacologia clínica
DEPAKENE (ácido valpróico, valproato de sódio) é um agente anticonvulsivante não relacionado quimicamente com outras drogas empregadas no tratamento de distúrbios convulsivos. Não apresenta nitrogênio ou moléculas aromáticas características de outras drogas anticonvulsivantes. Seu mecanismo de ação ainda não foi estabelecido, mas sua atividade parece estar relacionada com o aumento dos níveis do ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro, pela inibição da GABA-transaminase. Sua ação sobre a membrana neuronal é desconhecida. É rapidamente absorvido por via oral e atinge níveis sangüíneos máximos entre uma a quatro horas após a ingestão de uma dose única de ácido valpróico. Sua vida média no soro é de 6 a dezesseis horas .Ocorre ligeira demora na absorção inicial quando o medicamento é administrado com alimentos, porém a absorção total não é afetada. Não foi estabelecida uma relação entre a dose diária, o nível sérico e o efeito terapêutico. A droga é rapidamente distribuída nos tecidos e se liga fortemente (90%) às proteínas plasmáticas humanas. Sua metabolização ocorre primariamente no fígado e sua eliminação e de seus metabólitos ocorrem principalmente pela urina.


Indicações
DEPAKENE (ácido valpróico, valproato de sódio) está indicado como monoterápico em quadros de ausência simples e complexa e convulsões febris. Está indicado em esquemas terapêuticos associados nos casos de ausência complexa (ou atípica) mioclônica, espasmos infantis (síndrome de West) e crises acinéticas.
Terapêutica adjuvante pode ser instituída com DEPAKENE (ácido valpróico, valproato de sódio) nos casos de crises tônico-clônica (grande mal), crises focais com sintomatologia elementar e complexa, crises focais com generalização secundária e formas mistas.


Contra-indicações
Não deve ser administrado a pacientes com doença hepática significativa. Está contra-indicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida a esta droga.


Precauções e advertências
- Gerais: Casos de insuficiência hepática resultando em fatalidade têm ocorrido em pacientes recebendo ácido valpróico. Hepatotoxicidade séria ou fatal pode ser precedida por sintomas não específicos como mal-estar, fraqueza, letargia, edema facial, anorexia, vômitos e perda do controle das crises. Em pacientes com epilepsia, a perda de controle de crises também pode ocorrer. Os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados para o aparecimento desses sintomas. Testes de função hepática deverão ser realizados antes do início da terapia e a intervalos frequentes após iniciada, especialmente durante os primeiros seis meses. No entanto, os médicos não devem confiar totalmente na bioquímica sérica, uma vez que estes exames podem estar anormais em todas as instâncias, mas deverá considerar cuidadosamente os resultados dos exames físicos e da história clínica intermediários. Deve-se ter muito cuidado quando valproato é administrado a pacientes com história pregressa de doença hepática. Pacientes com múltiplos anticonvulsivantes, crianças, pacientes com doenças metabólicas congênitas, aqueles com doença convulsiva severa associada a retardo mental e pacientes com doença cerebral orgânica podem ter um risco particular. A experiência tem demonstrado que crianças abaixo de dois anos de idade têm um risco consideravelmente maior de desenvolver hepatotoxicidade fatal, especialmente aqueles com condições anteriormente mencionadas. Os benefícios da terapia devem ser avaliados em relação aos riscos. Devido ao maior risco de hepatotoxicidade em crianças com menos de 2 anos de idade, recomenda-se que o valproato seja usado como agente único. Acima deste grupo de idade, a experiência em epilepsia tem indicado que a incidência de hepatotoxicidade decresce consideravelmente em pacientes mais velhos. Em crianças, o uso concomitante de derivados de salicilatos deve ser evitado. Em neonatos, medicação antiepiléptica pode induzir síndrome hemorrágica. A medicação deve ser descontinuada imediatamente na presença de disfunção hepática significante, suspeita ou aparente. Em alguns casos, a disfunção hepática tem progredido apesar da descontinuação do medicamento. A freqüência de efeitos adversos (particularmente enzimas hepáticas aumentadas) pode ser relacionada à dose. Quando o benefício terapêutico for acompanhado de altas doses, deve-se avaliar a possibilidade de uma grande incidência de efeitos colaterais. Pelo fato de terem sido relatados casos de alterações na agregação plaquetária, trombocitopenia e elevação das enzimas hepáticas, recomenda-se utilização de exames iniciais e periódicos para detecção de possíveis anormalidades sangüíneas. Tem-se relatado hiperamonemia com ou sem letargia ou coma, que pode estar presente na ausência de anormalidades das provas de função hepática. Caso ocorra elevação, deve-se interromper o tratamento com valproato e derivados de salicilatos. Devido aos raros casos de pancreatites, é recomendado que a concentração de amilase sérica seja avaliada antes de qualquer cirurgia, em particular naqueles pacientes com dor abdominal aguda. Embora o valproato seja um indutor de manifestações imunológicas somente em raros casos, o seu uso em pacientes com lúpus eritematoso disseminado deverá ser avaliado contra os riscos. A medicação é eliminada parcialmente pela urina como metabólito cetônico, o qual pode prejudicar a interpretação correta dos resultados do teste de corpos cetônicos na urina.
- Uso durante a gravidez e lactação: De acordo com dados publicados e não publicados, o valproato pode produzir efeitos teratogênicos, como defeitos no tubo neural (por exemplo, espinha bífida) em filhos de mulheres que estejam recebendo a medicação durante a gravidez. Há múltiplos relatos na literatura clínica, que indicam que o uso de medicamentos anticonvulsivantes em geral, durante a gravidez, resulta em um aumento da incidência de defeitos congênitos no concepto. Embora os dados sejam mais extensos com respeito à trimetadiona, parametadiona, difenil-hidantoína e fenobarbital, relatos indicam uma possível associação similar com o uso de outros medicamentos anticonvulsivantes. Portanto, medicações anticonvulsivantes só devem ser administradas a mulheres com potencial para engravidar se demonstrarem claramente serem essenciais no tratamento de suas crises. Segundo informações da literatura médica, ácido valpróico e seus sais podem produzir efeitos teratogênicos no concepto de mulheres que recebam esta medicação durante a gestação. A incidência de defeitos no canal neural (por exemplo: espinha bífida) no feto pode ser aumentada em gestantes que recebam ácido valpróico e seus sais durante o primeiro trimestre da gravidez. Centros de controle de doenças têm estimado o risco de aproximadamente 1 a 2% de espinha bífida em crianças nascidas de mulheres expostas ao ácido valpróico. Este risco é similar às mulheres não epilépticas que tiveram crianças com anencefalia e espinha bífida. Outras anormalidades congênitas (defeitos crânio-faciais, malformações cardiovasculares e anormalidades envolvendo vários sistemas corporais), compatíveis ou incompatíveis com a vida, têm sido relatadas. Foi demonstrado que a ocorrência de anormalidades congênitas em filhos de mulheres epilépticas tratadas é 2 a 3 vezes (aproximadamente 3%) maior do que a população em geral. A alta incidência de anomalias congênitas em mulheres com desordens convulsivas tratadas com medicações antiepilépticas não estabelece uma relação causa-efeito, pois existem problemas metodológicos intrínsecos na obtenção adequada de dados de teratogenicidade do medicamento em humanos; fatores genéticos ou condições próprias da epilepsia, podem ser mais importantes na contribuição de anomalias congênitas do que a terapia medicamentosa. Pacientes recebendo valproato podem desenvolver anormalidades de coagulação; uma paciente que tinha um fibrinogênio baixo quando recebeu múltiplos anticonvulsivantes, incluindo valproato, deu a luz a um recém nascido com afibrinogenia, que morreu subseqüentemente de hemorragia; portanto, se estiver sendo usado durante a gravidez, os parâmetros de coagulação deverão ser monitorados cuidadosamente. Insuficiências hepáticas, resultando em mortes de um recém nascido e de um lactente, foram relatadas após o uso de valproato durante a gravidez. Estudos em animais também demonstram teratogenicidade induzida por valproato. Estudos em ratos e em mulheres demonstram transferência placentária do medicamento. Doses maiores que 65 mg/kg/dia a cobaias grávidas produziram anormalidades na prole, envolvendo principalmente costelas e vértebras. Doses maiores que 150 mg/kg/dia dadas a coelhas grávidas produziram reabsorção fetal e anormalidades de tecidos moles na prole. Em ratas observou-se uma demora do início do parto relacionada com a dose. Sobrevida e crescimento pós natal da prole foram adversamente afetados, particularmente quando a administração da medicação se estendeu por toda gestação e por breve período de lactação. Como para todo medicamento anticonvulsivante, antes de determinar administração ou suspensão do medicamento em casos de gravidez, o médico deverá ponderar os possíveis riscos contra os benefícios proporcionados pela medicação e avaliar se a gravidade e a freqüência dos distúrbios convulsivos não irão implicar em perigo maior para a gestante e o concepto. Pelo fato do valproato ser eliminado pelo leite materno e devido à inexistência de dados conclusivos sobre a ação do medicamento em recém-nascidos, não se recomenda o aleitamento materno por pacientes sob tratamento com essa medicação.
- Carcinogênese: Observou-se aumento estatisticamente significante de fibrossarcomas subcutâneos em ratos Sprague Dawley que recebiam altas doses de valproato por dois anos e de adenomas pulmonares benignos, relacionados com a dose, em camundongos. O significado desses achados para o humanos não é conhecido no momento.
- Fertilidade: Os efeitos do valproato no desenvolvimento testicular, na produção de esperma e na fertilidade em humanos são desconhecido.
- Mutagênese: Valproato não foi mutagênico em ensaios bacterianos in vitro, não produziu efeitos letais dominantes em camundongos e não aumentou a freqüência de aberrações cromossômicas em um estudo citogenético in vivo em ratos.


Interações medicamentosas
As medicações que afetam o nível de expressão das enzimas hepáticas, particularmente aquelas que elevam os níveis de glucuronil transferase, podem aumentar a depuração de valproato. Por exemplo, fenitoína, carbamazepina e fenobarbital (ou primidona) podem duplicar a depuração de valproato. Então, pacientes em monoterapia geralmente terão meias-vidas maiores e concentrações mais altas que pacientes recebendo politerapia com medicações antiepilépticas. Devido a estas alterações na depuração de valproato, a sua monitoração e as concentrações de medicações concomitantes deverão ser aumentadas sempre que medicações indutoras de enzimas forem introduzidas ou retiradas. A lista seguinte oferece informações sobre o potencial ou a influência de uma série de medicações comumente prescritas ou usadas, sobre a farmacocinética do valproato. A lista não é completa, uma vez que novas interações estão sendo continuamente relatadas:
- Álcool - O valproato pode potencializar a atividade depressora do álcool sobre o SNC.
- Amitriptilina/nortriptilina - A administração de uma dose única de 50 mg de amitriptilina a 15 voluntários sadios (10 homens e 5 mulheres), os quais receberam valproato (500 mg duas vezes ao dia), resultou em um decréscimo de 21% da depuração de amitriptilina e 34% de decréscimo na depuração de nortriptilina.
- Antiácidos - Um estudo envolvendo a co-administração de 500 mg de valproato com antiácidos comumente administrados não revelou nenhum efeito sobre a absorção do valproato.
- Aspirina - Um estudo envolvendo a co-administração de aspirina em doses antipiréticas a pacientes pediátricos revelou um decréscimo na proteína ligada e uma inibição do metabolismo do valproato. A fração livre de valproato aumenta quatro vezes na presença de aspirina, quando comparada com o valproato administrado como monoterapia. Cuidados devem ser observados se valproato e aspirina forem administrados concomitantemente.
- Carbamazepina (CBZ)/carbamazepina-10,1-epóxido (CBZ-E) - Níveis séricos de CBZ diminuem 17% enquanto que de CBZ-E aumentam em torno de 45% em co-administração de valproato e CBZ para pacientes epilépticos.
- Clorpromazina - O uso concomitante de clorpromazina e valproato revelou um aumento de 15% nos níveis plasmáticos do vale de valproato.
- Cimetidina e ranitidina - Não afetam a depuração de valproato.
- Clonazepam - O uso concomitante de ácido valpróico e de clonazepam pode induzir estado de ausência em pacientes com história desse tipo de crises.
- Clozapina - Em pacientes psicóticos não foram observadas interações quando as duas drogas foram administradas concomitantemente.
- Contraceptivos esteróides - A administração de dose única por dois meses de etiniloestradiol/levonorgestrel para mulheres em terapia com valproato não revelou qualquer interação farmacocinética.
- Diazepam - O valproato retira o diazepam de seus locais de ligação com albumina plasmática e inibe seu metabolísmo. A co-administração de valproato aumenta a fração livre do diazepam em torno de 90% em voluntários sadios. A depuração plasmática e o volume de distribuição para o diazepam livre foi reduzido em torno de 25% e 20%, respectivamente, na presença de valproato. A meia-vida de eliminação do diazepam permaneceu inalterada com a adição de valproato.
- Etossuximida - A administração de uma dose única de etossuximida 500 mg com valproato (800 a 1600 mg/dia) a voluntários sadios, foi acompanhada por um aumento de 25% na meia-vida de eliminação da etossuximida e um decréscimo de 15% na sua depuração total, quando comparado a etossuximida administrada como monoterapia. Pacientes recebendo valproato e etossuximida, especialmente em conjunto com outros anticonvulsivantes, devem ser monitorados para alterações das concentrações séricas de ambas as medicações.
- Felbamato - Um decréscimo na dosagem de valproato pode ser necessária quando a terapia com felbamato for iniciada. Doses baixas de valproato podem ser necessárias quando usado concomitantemente com felbamato.
- Haloperidol - Um estudo envolvendo a administração de haloperidol a pacientes esquizofrênicos que já vinham recebendo valproato não revelou alterações significantes nos níveis plasmáticos de vale do valproato.
- Fenobarbital - Existem evidências de que o ácido valpróico pode causar decréscimo na depuração não renal do fenobarbital (50% de aumento na meia-vida e 30% de decréscimo na depuração do plasma). Foi também relatado que a combinação dessas duas medicações pode produzir depressão do SNC, sem elevações significativas dos níveis plasmáticos de barbiturato ou de valproato. Este fenômeno pode resultar em uma severa depressão do SNC. Apesar de não se conhecer o mecanismo de interação, devem-se observar cuidadosamente todos os pacientes que recebam terapêutica barbitúrica concomitante, em relação à toxicidade neurológica e a níveis séricos de barbiturato para, se necessário, diminuir as doses administradas.
- Fenitoína - O valproato desloca a fenitoína de sua ligação com a albumina plasmática e inibe seu metabolismo hepático. A co-administração de valproato (400 mg, 3 vezes ao dia) e fenitoína (250 mg), em voluntários sadios, foi associada com aumento de 60% na fração livre de fenitoína. A depuração plasmática total e o volume aparente de distribuição da fenitoína aumentou 30% na presença de valproato. Tanto a depuração, como o volume aparente de distribuição da fenitoína livre foram reduzidos em torno de 25%. Em pacientes com epilepsia, têm ocorrido relatos de desencadeamento de crises com a combinação de valproato e fenitoína. Se necessário, deve-se ajustar a dose de fenitoína de acordo com a situação clínica.
- Imipramina - Imipramina e antidepressivos correlacionados promovem o início de convulsões generalizadas quando usados concomitantemente com valproato. Supervisão clínica e possíveis aumentos nas doses dos antiepilépticos podem ser necessárias.
- Lamotrigina - A meia-vida de eliminação da lamotrigina aumentou de 26 para 70 horas quando administrada em conjunto com valproato; portanto, a dose de lamotrigina deverá ser reduzida nesses casos.
- Lítio - A co-administração de valproato (500 mg duas vezes ao dia) e lítio (300 mg três vezes ao dia), a voluntários sadios do sexo masculino, não apresentou efeitos no estado de equilíbrio cinético do lítio.
- Lorazepam - A administração concomitante foi com valproato em homens saudáveis voluntários foi seguida de uma diminuição de 17% na depuração plasmática de lorazepam.
- Mefloquina - O uso concomitante de valproato com mefloquina pode aumentar o risco de convulsões, devido ao aumento do metabolismo do valproato e do efeito convulsivante da mefloquina.
- Paracetamol - O valproato não exerceu nenhum efeito sobre os parâmetros farmacocinéticos do paracetamol quando foi administrado concomitantemente a três pacientes epilépticos.
- Primidona - É metabolizada em barbiturato e, portanto, os mesmos cuidados adotados para fenobarbital deverão aqui ser observados.
- Rifampicina - Um estudo envolvendo a administração de uma dose única de valproato (7 mg/kg) 36 horas após cinco noites de doses diárias com rifampicina (600 mg) revelou um aumento de 40% na depuração oral do valproato. Ajustes de doses podem ser necessários quando for administrado com rifampicina.
- Tolbutamida - A partir de experimentos in vitro, a fração não ligada de tolbutamida aumentou de 20% a 50% quando adicionada a amostras de plasma de pacientes tratados com valproato. A relevância clínica deste deslocamento é desconhecida.
- Varfarina - Testes para monitoração de coagulação deverão ser realizados, se a terapia com valproato for instituída em pacientes tomando anticoagulantes.
- Zidovudina - Em pacientes que foram soropositivos para HIV, a depuração de zidovudina diminuiu em torno de 38% após a administração de valproato; a meia vida da zidovudina não foi afetada.


Reações adversas
Como o valproato é freqüentemente administrado com outras medicações, não é possível estabelecer se os efeitos adversos são associados ao mesmo ou à combinação de medicações. Gerais- Dor torácica, inflamação, astenia, febre, dor lombar, mal-estar, calafrios, dor e rigidez no pescoço, edema de face e periférico. Gastrointestinais- Os efeitos colaterais mais freqüentemente relatados no início da terapia são náusea, vômito, indigestão e dor gástrica. São efeitos usualmente transitórios e raramente requerem interrupção do tratamento. Diarréia, dispepsia, cólica e dor abdominal, flatulência, hematêmese, eructação, abscesso periodontal, incontinência fecal, glossite, estomatite, boca seca, gastroenterite e constipação têm sido relatados. Tanto anorexia com perda de peso, quanto aumento do apetite com ganho de peso têm sido informados. Cardiovasculares- Vasodilatação, taquicardia, bradicardia, hipotensão postural, hipertensão, hipotensão, palpitações, vasculite cutânea. Respiratórias- Sintomas de gripe, infecções, sinusite, aumento da tosse, pneumonia, epistaxe, bronquite, rinite, faringite e dispnéia SNC- Foram observados efeitos sedativos em pacientes sob tratamento com valproato de sódio; porém, esses são mais frequentes em pacientes recebendo medicações combinadas. Tremores foram relatados em pacientes recebendo valproato e podem ser relacionados à dose. Foram observados casos de alucinações, ataxia, cefaléia, diplopia, ambliopia, asterixe, escotomas, disartria, vertigem, ansiedade, confusão, alterações na fala, andar anormal, incoordenação motora, nistagmo, zumbidos, amnésia, confusão, hiperestesia, hipertonia, parestesia, hipocinesia, discinesia tardia, reflexos aumentados, agitação, reação catatônica. Raros casos de coma foram vistos em pacientes recebendo valproato isolado ou em combinação com fenobarbital. Encefalopatia, com ou sem febre ou hiperamonemia foi relatada, sem evidência de disfunção hepática ou níveis plasmáticos inapropriados de valproato. A maioria dos pacientes recupera-se com notável melhora dos sintomas, quando a medicação é descontinuada. Foram registradas atrofia cerebral reversível e demência, associadas à terapia com valproato. Dermatológicas- Foi observado aumento transitório de perda de cabelos e alopécia. Muito raramente podem aparecer transpiração excessiva, erupção cutânea, fotossensibilidade, prurido generalizado, eritema multiforme ou maculopapular, furunculose, seborréia, prurido, pele seca síndrome de Stevens-Johnson e necrose epidérmica tóxica. Psiquiátricas- Observaram-se casos de labilidade emocional, pensamentos e sonhos anormais, depressão, alterações de personalidade, nervosismo , agressividade e hostilidade, hiperatividade, deterioração do comportamento. Músculo-esqueléticas- Mialgia, contrações musculares, artralgia, artrose, dor óssea, cãibras e miastenia. Hematológicas- Foi relatada trombocitopenia. O valproato inibe a fase secundária da agregação plaquetária (ver Precauções e advertências). Isso pode ser refletido na alteração do tempo de sangria. Petéquias, hematomas e hemorragia abundante foram relatados. Linfocitose relativa, macrocitose, anemia incluindo anemia macrocítica com ou sem deficiência de folato, pancitopenia, anemia aplásica, hipofibrinogenemia e porfiria aguda intermitente foram notadas, assim como leucopenia, eosinofilia e depressão de medula óssea. Hepáticas- São frequentes pequenas elevações de transaminases (TGO e TGP) e de DHL, que parecem estar relacionadas às doses. Ocasionalmente, os resultados de exames de laboratório incluem também aumentos de bilirrubina sérica e alterações de outras provas de função hepática. Tais resultados podem refletir hepatotoxicidade potencialmente grave (ver Precauções e advertências). Pancreáticas- Tem sido relatada pancreatite aguda em pacientes recebendo valproato, incluindo raros casos fatais (ver Precauções e advertências). Metabólicas- Hiperamonemia (ver Precauções e advertências), hiponatremia e secreção de HAD alterada. Existem raros relatos de síndrome de Fanconi ocorrendo primariamente em crianças. Hiperglicinemia foi associada a uma fatalidade em um paciente com hiperglicinemia não cetótica preexistente e hiponatremia com secreção inapropriada de HAD. Diminuição das concentrações de carnitina, aumento da glândula paratireóide, testes de função tireoideana anormais também foram observados. Órgãos dos sentidos- Alterações auditivas e surdez, deturpação do paladar, visão anormal, conjuntivite, olhos ressecados, dor nos olhos, otite média, dor de ouvido. Urogenitais- Enurese, incontinência urinária, vaginite, dismenorréia, amenorréia, menstruações irregulares, metrorragia, hemorragia vaginal, aumento da frequência urinária, infecção do trato urinário, cistite. Outras- Edema de extremidades, aumento de mamas, galactorréia, e síndrome similar a lúpus têm sido raramente relatados.


Posologia
DEPAKENE (ácido valpróico, valproato de sódio) é administrado por via oral. A dose inicial recomendada é de 15 mg/kg/dia, podendo ser aumentada em intervalos semanais de 5 a 10mg/kg/dia, até que se obtenha o controle das convulsões ou até onde os efeitos colaterais permitam. A dose máxima recomendada é de 60 mg/kg/dia. Se a dose diária total exceder 250 mg esta deverá ser administrada de forma fracionada.
O quadro a seguir é um guia para administração da dose diária inicial de DEPAKENE (15 mg/kg/dia)

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Sempre que a dose tomada for igual ou superior a 500 mg , deve-se considerar o uso de comprimidos revestidos de 500 mg, o que permite maior comodidade ao paciente, por ingestão de menor quantidade de unidades do medicamento. A medida que as doses são aumentadas, os níveis séricos para o fenobarbital e a hidantoína podem ser afetados (ver Precauções). Os pacientes que apresentam irritação gástrica podem ser beneficiados pela administração da droga com alimentação, ou então pela administração inicial de doses baixas, com aumento paulatino das mesmas. DEPAKENE é também apresentado na forma de comprimidos revestidos de liberação entérica, que diminuem os efeitos adversos gastrintestinais. A forma xarope é mais adequada para pacientes pediátricos ou àqueles que apresentem dificuldades de deglutição das formas orais sólidas. As cápsulas não devem ser mastigadas, para evitar irritação local da boca e garganta.


Superdosagem
Doses de valproato acima do recomendado podem resultar em sonolência, bloqueio cardíaco, hipotonia muscular, diminuição de reflexos, miose e/ou diminuição da função respiratória e coma profundo. Fatalidades têm sido relatadas; no entanto, os pacientes têm se recuperado a partir de níveis plasmáticos de valproato tão altos quanto 2120 mcg/ml. Em situações de doses muito elevadas, a fração do medicamento não ligado a proteína é alta e hemodiálise ou hemodiálise mais hemoperfusão podem resultar em uma significante remoção do medicamento. O benefício da lavagem gástrica ou emese, variarão com o tempo de ingestão.
Medidas de suporte geral devem ser aplicadas, com particular atenção para a manutenção do fluxo urinário. O uso de naloxona pode ser útil para reverter os efeitos depressores de elevadas doses de ácido valpróico sobre SNC. Devido a naloxona poder teoricamente reverter os efeitos antiepilépticos do ácido valpróico, deve ser usada com precaução em pacientes epilépticos.


INFORMAÇÕES AO PACIENTE
O tratamento com Depakene (ácido valpróico, valproato de sódio) em alguns casos, pode produzir sinais de melhora já nos primeiros dias de tratamento; em outros casos, é necessário um tempo maior para obter-se os efeitos benéficos. Seu médico fará a orientação no seu caso. Este medicamento deve ser guardado em temperatura ambiente (temperatura inferior a 30ºC), ao abrigo da luz e da umidade. Guardado nessas condições, o medicamento se manterá próprio para consumo pelo prazo de validade indicado na embalagem. Este medicamento não deve ser tomado por mulheres grávidas ou que estejam amamentando, a não ser que o médico indique. Se você engravidar ou desejar engravidar durante o tratamento, informe imediatamente ao seu médico. Informe seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após o seu término e se está amamentando. Não se deve tomar doses superiores às recomendadas pelo médico ou pela bula. Doses excessivas podem causar distúrbio de consciência podendo chegar ao coma. Nesses casos a pessoa deverá ser encaminhada imediatamente para cuidados médicos. Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Medicamentos antiepilépticos não devem ser interrompidos repentinamente em pacientes que os recebem para prevenir crises graves, devido a grande possibilidade de precipitação de estado epiléptico seguido de hipóxia e perigo de vida. A interrupção repentina do tratamento com este medicamento cessará o efeito terapêutico, o que poderá ser danoso ao paciente devido às características da doença para a qual este medicamento está indicado. Não interromper o tratamento sem o conhecimento de seu médico. Se durante o tratamento você sentir efeitos desagradáveis, deve informar isso ao médico. Os efeitos desagradáveis ocasionais são: náuseas, vômitos, queimação no estômago, dor de cabeça, falta de coordenação nos braços e pernas, queda passageira de cabelos, raramente depressão ou agressividade, fraqueza muscular e toxicidade para o fígado. Este medicamento não pode ser administrado a pessoas que estejam com alguma doença no fígado e deve ser administrado com cautela em pessoas que já tiveram alguma doença no fígado. Uma vez que este medicamento pode produzir depressão do sistema nervoso central (SNC), especialmente quando combinado com outras substâncias que apresentam o mesmo efeito (por exemplo, álcool) os pacientes não devem ocupar-se de tarefas de risco, como dirigir veículos ou operar máquinas perigosas, até que se tenha certeza de que estes pacientes não ficam sonolentos com o seu uso.

TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DE CRIANÇAS.

NÃO TOME REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO, PODE SER PERIGOSO PARA SUA SAÚDE.