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Diazepan |
O
que é ?
O
princípio ativo do diazepan é o diazepam, um tranquilizante do grupo dos benzodiazepínicos.
Para
que serve ?
A principal finalidade de uso dessa medicação é o tratamento
dos transtornos de ansiedade, sendo
portanto necessários um diagnóstico e uma indicação feita pelo médico. Pode ser
usado, desde que de forma limitada, para controlar a tensão nervosa devida a algum
acontecimento estressante, mesmo que não exista um distúrbio de ansiedade propriamente
dito.
Como
é usado ?
A dose da medicação deve ser administrada de acordo com
cada paciente, ou seja, a medicação deve promover o máximo de conforto (tranquilização)
com o mínimo de efeitos colaterais, para isso a dose deve começar baixa
e ser aumentado aos poucos, ou o comprimido dividido, ajustando-se a dose às necessidades
do paciente. A hora da administração da medicação também deve ser avaliada conforme
cada caso. Os pacientes que não estejam dormindo bem podem concentrar os comprimidos
a noite, como a eliminação dessa medicação é lenta, durante o dia seguinte ela
continuará fazendo efeito. Já as pessoas que sentem-se muito tensas durante o
dia e não ficam sonolentas, a medicação pode ser administrada ao longo
do dia.
Principais
efeitos
O principal efeito dos benzodiazepínicos em geral é o relaxamento.
Como a ansiedade mesmo quando normal é um efeito desagradável, muitas pessoas
sentem vontade de tomar este remédio sempre que se sentem tensas. Isto não é bom,
é o primeiro passo para a dependência química, por isso estas medicações devem
ser vendidas sob controle médico. A indicação de um tranquilizante só é feita
quando as atividades habituais foram prejudicas, porque um certo grau de tensão
muitas vezes é benéfico e até necessário na vida. Cabe ao psiquiatra - e apenas
ele - determinar se há ou não benecífio em controlar a ansiedade com as medicações.
Já para os distúrbios de ansiedade a indicação de um tranquilizante é sempre conveniente.
O segundo efeito é o relaxamento da musculatura voluntária, servindo inclusive
como anticonvulsivante, é a medicação de primeira escolha para interromper
um convulsão. Outras indicações comuns são para as complicações
relacionadas ao alcoolismo como o controle da abstinência
alcoólica e do delirium tremens.
Os principais efeitos colaterais são: sonolência, tonteiras, prejuízo na memória,
fadiga, leve queda da pressão arterial; estes efeitos acometem menos de 10% dos
pacientes. Outros efeitos menos comuns que incidem sobre em menos de 1% das pessoas
são: descoordenação motora, exitação (efeito paradoxal), insônia, síncope (desmaiar),
náuseas, zumbidos, tremores.
A questão da dependência aos tranquilizantes
deve ser vista com muita moderação. A palavra dependência
é muito forte, como geralmente é usada para designar estados muito
fortes como os causados por álcool, morfina ou heroína, o público
leigo tende a julgar que a dependência causada pelos tranquilizantes é
igualmente forte, o que é um engano. A ampla manifestação
social desse engano dá a impressão de que é verdade, mas
a dependência induzida pelos tranquilizantes é leve e reversível,
sendo que os benefícios proporcionados por eles supera em muito os efeitos
colaterais. O equívoco existente quanto ao poder de dependência dos
tranquilizantes é reforçado pelo fato dos transtornos de ansiedade
serem crõnicos, sempre que se suspende o tratamento os sintomas voltam,
o que leva as pessoas a julgarem erradamente que estão dependentes da medicação
quando na verdade não se restabeleceram do transtorno. A pior consequência
desse engano é ver muitos e muitos pacientes sofrendo desnecessariamente
por medo de ficarem dependentes das medicações, tendo sua qualidade
de vida prejudicada com base em crenças infundadas e equivocadas.
Considerações
importantes
A ação dessa medicação assim como dos demais
do grupo é aumentar a ação do ácido gama animobutírico no cérebro, através deste
mecanismo é que esses tranquilizantes exercem seu efeito terapêutico. Esta medicação
é segura, mesmo no caso de intoxicação não costuma haver risco de vida,
a menos que outras substâncias que deprimam o cérebro estejam presentes como álcool
ou barbitúricos. O uso do álcool concomitante
não está proibido, mas o usuário deve ter cautela pois a sedação será maior, prejudicando
os reflexos principalmente ao dirigir ou manipular máquinas que apresentem risco
em potencial. As únicas contra-indicações são para
as pessoas que têm alergia ao seu princípio ativo, sofram de Miastenia
grave, ou apresentem algum risco de depressão da atividade do sistema nervoso
central como nos traumatismos cranianos. Há evidências de risco em feto humano,
embora alguns dos malefícios que antes se pensava existirem, hoje sabe-se que
não existem, como o lábio leporino, mesmo assim seu uso no primeiro trimestre
só deve ser feito se o benefício justificar o risco (que é pequeno, aproximadamente
3%). A medicação quando tomada pela mãe que amamenta, é transmitido
para o leite e o lactente acaba tomando-a também.
Última
Atualização: 24-07-2005
Ref. Bibliograf.:
Psicofármacos 2º Ed 2000
Aristides Volpato