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Acompanhamento prolongado da Bulimia Nervosa
Até o momento os estudos sobre o tratamento da bulimia têm
se concentrado sobre o acompanhamento de curto prazo, havendo uma lacuna
quanto ao acompanhamento prolongado desse transtorno recentemente descrito
por Russel em 1979. Justamente por ser novo não se sabe ao certo
que percentagens dos pacientes se recuperaram, que permaneceram sintomáticos
ou que sofreram continuamente com esse distúrbio.
Método
Neste trabalho foram selecionadas e acompanhadas 222 mulheres com bulimia
durante mais de 10 anos. No início do estudo elas apresentavam
pelo menos 3 episódios por semana de ingestão exagerada,
com vômitos em seguida, durante 6 meses consecutivos. No final do
estudo uma paciente havia morrido, 22 não puderam ser localizadas,
22 desistiram de participar do estudo e 177 participaram. Deste total
apenas 4 pacientes não preenchiam os critérios para bulimia
completamente. Pelas análises estatísticas os resultados
obtidos não foram prejudicados pela desistência das pacientes.
Resultados
Depois dos 11,5 anos desde o início do acompanhamento, 11% continuavam
plenamente sintomáticas, preenchendo os critérios para bulimia
nervosa. Uma parcela de 18,5% apresentava distúrbios alimentares
não classificados e 0,6% passaram a ter anorexia. O restante, 69,9%
estavam completamente recuperadas e assintomáticas.
Conclusão
Estes resultados mostraram que a bulimia em quase um terço das
pacientes pode se prolongar muito, comprometendo a qualidade de vida das
pacientes. O estudo das características individuais mostraram que
quanto mais prolongado o episódio de bulimia, maiores as chances
de se cronificar. Contudo outros estudos não encontraram essa correlação,
que também não se confirmou no presente trabalho. Correlações
entre transtornos alimentares e sintomas depressivos, ou seja, a presença
de outros transtornos psiquiátricos não agrava prognóstico
da bulima.
Referências
Biblio.: Arch Gen psychiatry 1999;56:63-9
Acompanhamento prolongado da Bulimia Nervosa
Eficácia da
Fluoxetina no Tratamento da Bulimia
Nervosa
O objetivo desse estudo foi avaliar a eficácia da fluoxetina no
tratamento da bulimia nervosa com ou sem depressão.
Para isso foram utilizados dois estudos paralelos, multicêntricos,
duplo-cegos, randomizados controlados com placebo x fluoxetina. Os sintomas
depressivos foram medidos pela escala de Hamilton durante o acompanhamento.
A dose média de fluoxetina usada foi de 60mg. Este tratamento reduziu
significativamente os episódios de binge e vômito auto-induzido
após o binge. Não houve relação
entre a melhora obtida e o grau de depressão inicial. Os autores
concluíram que a fluoxetina é eficaz para o tratamento da
Bulimia Nervosa, independentemente da presença de síndrome
depressiva.
Última Atualização:
3-03-2006
Referências Biblio.:
Int J Eat Disord 1999 25:1 19-27
Effectiveness of fluoxetine therapy in bulimia nervosa regardless of comorbid
depression.
Goldstein DJ
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