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Risco de Recaída de Depressão ao longo de 15 anos
Introdução
Para a maioria das pessoas que tiveram algum episódio depressivo
o mais comum é sofrer uma recaída. Além da resolução
dos sintomas depressivos, o tratamento requer a manutenção
do bem estar. Vários estudos vêem mostrando que é
alta a taxa de recaída depressiva. O primeiro passo para combater
esse problema é tentar identificar se existem fatores que sinalizem
uma possível recaída futura, para que se possa, nesses casos,
atuar com antecedência. Quanto à idade, a literatura no assunto
é inconsistente: há estudos que dizem que o risco de recaída
aumenta com a idade, há outros que dizem o oposto.
O presente estudo é um acompanhamento naturalístico, ou
seja, sem interferência, apenas avaliando o tratamento dado para
os pacientes deprimidos que procuraram os serviços de determinados
hospitais americanos no período de 1978 a 1981. As questões
propostas pelo estudo foram as seguintes: que proporção
dos pacientes com depressão desenvolvem recaída no futuro
? A idade e o número de episódios anteriores servem como
fatores preditivos ? Quais as características clínicas e
demográficas que distinguem quem se recupera mais rapidamente de
quem apresenta os sintomas por 5 ou mais anos? Os pacientes podem sofrer
recaídas depois de mais de 5 anos assintomáticos?
Método
Durante 15 anos 380 pacientes forneceram dados sobre a recaída
da depressão depois que o quadro já havia sido controlado.
Esses pacientes foram comparados a 105 pacientes deprimidos que não
apresentaram recaídas durante os cinco primeiros anos do acompanhamento.
Não foi realizada nenhuma técnica especial, os autores simplesmente
trataram os pacientes de forma aberta com a terapia que mais conviesse
para cada caso
Resultado
Do grupo estudado de 380 pacientes 85% apresentaram recaídas depois
de recuperados em algum momento do acompanhamento. Mesmo o grupo que experimentou
o período de 5 anos sem sintomas, apresentou uma taxa de recaídas
de 58%. A análise estatística não determinou como
significativa essa diferença. Os principais fatores ligados à
recaída foram: sexo feminino, episódio depressivo prévio
prolongado, vários episódios depressivos prévios
e nunca ter se casado
Conclusão
Poucos dados clínicos ou demográficos podem prever quem
terá uma recaída ou não, a partir do primeiro episódio
depressivo, mesmo pessoas que passaram longos períodos sem problemas.
Não se sabe se há correlação com a redução
dos níveis de antidepressivos realizado.
Última
Atualização
6-10-2004
Referência Biblio.
Am J Psychiatry 1999 156:1000-1006
Risco de Recaída de Depressão ao longo de 15 anos
Recorrência
do Transtorno Afetivo
O risco de
recaída em distúrbios afetivos tem sido relacionado ao número
de episódios, ou seja, quanto mais episódios depressivos
mais chances de vir a ter recaídas; contudo não está
claro se isso se relaciona ao sexo, idade e tipo de distúrbio afetivo.
Esse estudo foi feito na Dinamarca coletando dados passados de 20.350
pacientes com distúrbios afetivos (depressivo ou maníaco
depressivo) entre os anos de 1971 e 1993. Constatou-se que o número
de episódios anteriores independentemente do sexo, idade e tipo
de distúrbio é um fator preditivo de futuras recaídas.
Inicialmente o curso dos distúrbios na mulher em relação
ao risco de recaída eram iguais ao dos homens. A partir da meia
idade o risco aumentou em relação às mulheres mais
jovens. Os autores concluíram que o curso da depressão uni
ou bipolar graves (com muitos episódios), tende a piorar com o
tempo independentemente do sexo, idade e tipo de depressão
Última
Atualização 14-10-2004
Referência Biblio.: Ref
182
Primeiro Episódio
de Depressão
Este estudo se propõe
a investigar diferenças na prevalência da depressão
quanto ao sexo e o curso, para isso 96 homens e 101 mulheres em seu primeiro
episódio depressivo foram admitidos nesse estudo. Foram procuradas
diferenças que pudessem afetar o curso da doença, como fatores
demográficos, características do primeiro episódio
depressivo, história psiquiátrica, história familiar
de depressão. Essas características foram então examinadas
ao longo de 15 anos. A maioria dos pacientes se recuperaram do primeiro
episódio depressivo, mas destes, vários tiveram recaída
nos 5 anos seguintes ao primeiro episódio. Durante os 15 anos seguintes
homens e mulheres não diferiram significativamente quanto ao tempo
de recuperação, o número de recorrências e
o tempo que levou para ocorrer a recaída. A duração
da depressão também foi equivalente entre homens e mulheres,
discartando-se assim, a maior cronicidade entre as mulheres. Neste estudo
não se determinou nenhuma diferença significativa da depressão
quanto ao sexo dos pacientes.
Última
Atualização
5-10-2004
Referência Biblio. Arch Gen Psychiatry 1997; 54:633639
O primeiro Episódio de Depressão
Simpson HB
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