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Estimulação Magnética Transcraniana Rápida para
Depressão Resistente
A estimulação
magnética transcraniana rápida (EMTr) permite o estudo não
invasivo do córtex cerebral. Proporciona também ondas magnéticas
a partir de eletrodos instalados no couro cabeludo do paciente. A EMTr
tem sido usada para estudar certas funções cerebrais como
a atenção, a memória, o princípio dos movimentos
musculares, a fala, a visão, as emoções. Está
começando a ser usada para estudar as disfunções
mentais. Testes preliminares mostraram que, dependendo do lado em que
a EMTr é aplicada, ocorre um efeito sobre o humor da pessoa. Voluntários
saudáveis divididos em dois grupos receberam estimulação
pré-frontal à esquerda e à direita. O grupo que recebeu
a estimulação à esquerda teve um aumento dos sentimentos
de tristeza, e o grupo que recebeu estímulos à direita teve
um aumento dos sentimentos de alegria. Com base nesses resultados e na
análise das neuroimagens obtidas decidiu-se testar a EMTr como
recurso terapêutico para depressão. Já existem alguns
trabalhos sobre a EMTr no tratamento da depressão resistente com
bons resultados. Paradoxalmente, quando aplicado à esquerda, a
EMTr mostrou-se mais eficaz
O presente trabalho tem as seguintes finalidades: Avaliar a eficácia
da EMTr em pacientes com depressão resistente. Examinar a segurança
desse procedimento em idosos. Estudar os efeitos colaterais da EMTr
Métodos
56 pacientes foram selecionados, 3 com depressão bipolar e 53 com
depressão monopolar. Do total 53 fizeram uso de antidepressivos
por, pelo menos, 6 semanas (Tabela 1) sem resposta satisfatória.
A idade do grupo variava de 22 a 89 anos sendo a média 60 anos.
O grupo era composto por 31 mulheres e 25 homens. Os pacientes foram acompanhados
por escalas padronizadas de avaliação do humor.
A EMTr foi aplicada durante 5 dias consecutivos uma vez por dia: não
havendo nenhuma resposta positiva o tratamento era interrompido. As sessões
eram feitas com estimulações de 10 liberações
de 5 segundos de duração com intervalo de 30 segundos entre
elas
Resultados
50 pacientes completaram o estudo. 21 tiveram boa resposta antidepressiva
e 29 não responderam (Tabela 2). Os pacientes mais jovens responderam
melhor ao tratamento que os idosos.
Efeitos Colaterais
A EMTr não provoca convulsão nem perda de consciência:
os pacientes ficam acordados durante sua aplicação.
Dois pacientes se queixaram de dores no local da instalação
dos eletrodos, que cessou imediatamente após a interrupção
da aplicação da corrente magnética.
Um paciente apresentou contrações musculares durante a aplicação,
o que foi suprimido com a injeção de 2 mg de lorazepam.
Pacientes com história prévia de epilepsia apresentaram
sintomas relacionados como síncope (desmaio), ou contrações
involuntárias dias depois da aplicação. O quadro
foi controlado com anticonvulsivantes
Discussão
Assim como a eletroconvulsoterapia (ECT), a EMTr parece ser segura com
poucos efeitos colaterais, tendo a vantagem de ser bem menos agressiva.
Apesar de não terem sido comparadas uma a outra, aparentemente
o ECT continua sendo mais eficaz e menos aceito, de uma forma geral.
Esta modalidade precisa ser ainda melhor estudada e comparada, antes que
se admita como uma alternativa ao tratamento da depressão resistente.
Deve ser bem estudado inclusive o achado da melhor capacidade de resposta
dos pacientes jovens
Última
Atualização
8-10-2004
Referência Biblio.:
J Neuropsychiat Clin
Neurosc 1998; 10:2025
Estimulação Magnética Transcraniana Rápida
para Depressão Resistente
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