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Insônia

Vários são os distúrbios do sono. A insônia é um deles e é definida assim: "variação do tempo de sono necessário e suficiente para cada indivíduo sentir-se bem e ter um bom desempenho no dia seguinte" (Sono, Estudo Abrangente - Rubens Reimão). Muitos pacientes que se queixam de insônia, na verdade sofrem com outras formas de transtornos do sono e se a queixa não for bem investigada o profissional poderá cometer enganos. Como o termo insônia é ao mesmo tempo técnico e popular, o paciente ao mencioná-lo induz o entrevistador a pensar que seu problema é a insônia. Devemos encarar a queixa do paciente como uma descrição de seu problema e não como um diagnóstico.
Na psiquiatria muitos são os transtornos que cursam com insônia: psicoses, mania, hipomania, depressão, ansiedade, etc. Várias doenças também provocam "insônia" por exemplo a insuficiência cardíaca congestiva, na qual o paciente sente falta de ar ao deitar-se e precisa ficar sentado para dormir. Normalmente a insônia nesses casos não é o primeiro sintoma, mas, prescrever medicações para dormir antes de tratar a insuficiência cardíaca, seria um erro.
Sempre que se identifica algum problema concomitante a insônia devemos primeiro tratar a causa de base: o problema que leva a insônia. Como a relação de causa e efeito dificilmente pode ser comprovada consideramos por princípio de probabilidade que a insônia é secundária ao problema principal localizado. Quando uma pessoa apresenta várias queixas de início num mesmo período devemos inicialmente admitir que sejam todos oriundos de uma só fonte. Tratar insônia e depressão ao mesmo tempo é redundância. A insônia é um sintoma depressivo e cederá quando os sintomas da depressão descerem. No caso de um paciente menos paciente, podemos complementar sob caráter temporário o tratamento da depressão com algum hipnótico. O mesmo se aplica aos outros problemas psiquiátricos.
Na avaliação da insônia o profissional deverá investigar as condições mentais, físicas, as substâncias e medicações em uso, bem como os hábitos. Deve-se ainda considerar o ambiente em que se vive (locais barulhentos, por exemplo), a situação de vida pela qual o paciente está passando e por último, mas não menos importante, as condições do colchão e travesseiros e a influência do companheiro de cama (avaliar quanto aos sons e movimentos provocados pelo companheiro(a) de cama). Muitas medicações prejudicam o sono e como é humanamente impossível conhecer todas as medicações, nessas horas a melhor atitude é solicitar a bula das medicações em uso e averiguar todos os seus efeitos. Caso o paciente esteja fazendo uso de uma medicação que prejudica o sono antes de se prescrever um hipnótico é melhor, quando possível, substituir o remédio por outro similar que não altere o sono
Tratamento

Procedimentos
Nos casos de insônia primária, não derivados de nenhum problema físico, mental ou ambiental, deve-se primeiro tentar mudar alguns hábitos antes de se indicar uma medicação. Os hábitos que normalmente prejudicam o sono são: dormir durante o dia, tomar muito café durante o dia, tentar forçar o sono ficando deitado na cama, irregularidade na hora de dormir e levantar. Os procedimentos recomendados para se combater a insônia são: procurar ter atividade física durante o dia afastada da hora de dormir. Tomar no máximo cinco xícaras de café por dia evitando-as após 16:00h. Nunca brigar com o sono, se não dormiu depois de no máximo 30 minutos, levantar-se e entreter-se com algum atividade calma como a leitura, evitar TV, até que o sono chegue, para então deitar. Se o sono não chegar e a noite for passada em claro não se deve compensar durante o dia, mas deitando-se apenas na hora que tiver sono à noite. Usar a cama só para dormir, evitando ficar deitado várias horas ao longo do dia, muito menos dormir durante o dia: mesmo 15 minutos atrapalham o sono da noite. A Nicotina tem efeito estimulante. A interrupção do fumo pode permitir que a pessoa com insônia, durma melhor
Medicações
Benzodiazepínicos
Os remédios para induzir ao sono (hipnóticos) são basicamente os tranqüilizantes benzodiazepínicos em tudo semelhantes aos tranqüilizantes usados para tratar os transtornos de ansiedade. A diferença básica entre os ansiolíticos e os hipnóticos é o tempo de ação. Os hipnóticos caracterizam-se pelo rápido início de ação e curto tempo para eliminação. Assim cumprem a função de induzir ao sono sem prejudicar o rendimento no dia seguinte. A escolha de uma medicação dessa classe fica a critério do médico e do paciente. Uma grande desvantagem dos tranqüilizantes é seu limitado tempo de ação eficaz, na maioria das vezes os benzodiazepínicos só ajudam nos primeiros dois meses: depois disso a dose geralmente precisa ser elevada e não se obtém mais a mesma eficácia da primeira vez. Existe um excessivo temor por parte da população leiga quanto aos malefícios dos hipnóticos quanto a sua potencial indução de dependência. A dependência ocorre, mas costuma ser reversível e inócua. Confunde-se, muitas vezes, a permanência do problema com a dependência ao se suspender o remédio. Na verdade a distinção dessas duas possibilidades é muito difícil de ser feita. Os pacientes com problemas para interromper a medicação geralmente têm problemas ou mesmo transtornos de personalidade e não necessariamente uma dependência química irreversível
.Zopiclone
Esta medicação é um hipnótico não benzodiazepínico: tem algumas vantagens sobre essas medicações mais antigas, como maior tempo de eficácia na manutenção da eficácia do tratamento da insônia e praticamente nulo potencial de dependência. Os efeitos colaterais geralmente não são graves o suficiente para impedir o uso.
Melatonina
Podemos dizer que essa é a melhor alternativa para um bom grupo de pacientes com insônia. A melatonina é um hormônio secretado pela Pineal, responsável pelo ciclo sono-vigília. A melatonina não é considerada uma medicação porque é produzida no próprio corpo, está mais para suplemento alimentar como as vitaminas. A melatonina por ser natural não possui efeitos colaterias nem induz a dependência, além de não perder a eficácia ao longo do uso. Não se sabe bem porque, mas algumas pessoas não se beneficiam da melatonina. Há certos exageros ou talvez apenas precipitações em torno da ação da melatonina. Dizem que previne o envelhecimento, combate o câncer da mama e atua como tranqüilizante. Por hora ficamos com a ação hipnótica constatada e comprovada
Barbitúricos
Provavelmente esses são os mais fortes indutores do sono, a última instância no tratamento. A dependência causada por essas medicações é mais forte podendo vir a causar problemas, por isso não deve ser usada por mais de um ou dois meses
Anti-hitamínicos de ação central
Os anti-histamínicos são basicamente usados para o tratamento de processos alérgicos, mas os antigos anti-histamínicos como a prometazina, que atravessam a barreira hematoencefálica provocam muito sono e podem ser usados sozinhos ou potencializando outro hipnótico em alguns casos
Hidrato de Cloral
É um forte indutor do sono, usado como anestésico em crianças para pequenos procedimentos. Tem fortes efeitos colaterais e só é usado em situações especiais.

Última Atualização 29-10-2004
Referência Biblio.
:
Insônia
http://www.sciam.com/explorations/040196explorations.html
http://sleepdisorders.about.com/health/sleepdisorders/msubmelatonin.htm