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Síndrome da Fadiga Crônica

Devido aos custos financeiros e significativos prejuízos pessoais para os portadores desta síndrome que se manifesta sob a forma de perda do trabalho e da participação familiar, ela possui sérias implicações a nível de saúde pública. Devido às técnicas de estudo epidemiológicas até o momento realizadas acredita-se que a síndrome de fadiga crônica tenha sido sub-estimada. Em 1993 um estudo dirigido por Jason detectou uma taxa de 0,2% da população geral. Essa taxa apesar de baixa em relação aos principais transtornos mentais, foi 20 a 50 vezes mais alta do que até então encontradas. Contudo, não podemos já ter certeza sobre a freqüência dessa síndrome uma vez que ela se assemelha a vários outros problemas médicos e não foram identificados os fatores de erro nas pesquisas. Além disso, os estudos epidemiológicos não identificaram (como normalmente acontece nos estudos dessa natureza), relações entre a patologia e grupos étnicos ou outros fatores de risco: o único dado neste sentido, por enquanto, é a maior prevalência entre as mulheres. A maior prevalência encontrada entre as classes sociais mais elevadas ainda está em estudo, parte dos pesquisadores acredita que se trate de um desvio estatístico e não de um perfil epidemiológico.
Método - Foram avaliadas 28.673 pessoas adultas em Chicago (EUA) por telefone. Aqueles que apresentavam indícios dos sintomas de fadiga crônica foram avaliados medicamente. Os fatores epidemiológicos avaliados foram o sexo, etnia, idade e nível social. Diferentes técnicas de análises estatísticas foram usadas para minimizar os problemas anteriormente ocorridos com outros trabalhos.
Resultados - Dentre as pessoas que atenderam ao telefone, 65,1% responderam a entrevista solicitada. Com base nessa população foi detectada uma incidência de 0,42% da síndrome de fadiga crônica. Os grupos mais afetados foram: as mulheres, as minorias étnicas (pretos, hispânicos) e pessoas com nível social ou educacional mais baixos.
Conclusão - Os autores concluíram que a síndrome de fadiga crônica é uma condição médica comum, especialmente para mulheres e grupos étnicos minoritários. Os achados anteriores de pessoas brancas da classe média não foram confirmados nesse estudo.

Última Atualização: 15-10-2004
Referências Biblio.:
Arch Intern Med. 1999;159:2129-2137
Síndrome da Fadiga Crônica