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Uso da Risperidona nos Idosos

Os pacientes geriátricos frequentemente são mais sensíveis aos efeitos colaterais das medicações do que os mais jovens. Talvez isto aconteça porque as taxas de metabolismo hepático e de filtração renal estão diminuídas, o que resulta numa concentração mais elevada da medicação no sangue. Além disso com a relativa diminuição da quantidade muscular e consequente predominância de gordura no corpo, as medicações psicotrópicas se acumulam mais, uma vez que elas têm afinidade pelo tecido gorduroso como o cérebro.
Em relaçao aos antipsicóticos os pacientes mais velhos estão mais sujeitos aos efeitos extra-piramidais, especialmente parkinsonianos e a discinesia tardia. Os novos antipsicóticos também conhecidos como neurolépticos atípicos têm a vantagem de induzirem menos efeitos extra-piramidais. A risperidona é um desses novos antipsicóticos. Tem sido constatada como uma medicação com baixo índice de indução de efeitos colaterais, contudo os estudos voltam-se mais para pacientes adultos. ficando os idosos ainda sem estudos mais pormenorizados. A finalidade desse trabalho é investigar a eficácia terapêutica e o índice de indução de efeitos colaterais nesta população.
Método - Foram avaliados 103 idosos com a idade média de 71 anos. Três quartos eram esquizofrênicos e um quarto esquizoafetivo. Utilizou-se os seguintes questionários padronizados para a avaliação: escala de avaliação de sintomas extra-peramidais, escala de avaliação de sintomas positivos e negativos e a escala de avaliação global. O estudo foi conduzido abertamente durante 12 semanas em 14 centros psiquiátricos norte americanos. A dose média empregado foi de 3mg.
Resultados - Os sintomas psicóticos ficaram sob controle e os efeitos colaterais incomodaram pouco. Exames complementares como ECG e testes laboratoriais não detectaram alterações significativas por causa da risperidona.
Conclusão - Assim como os adultos se beneficiaram com a risperidona os idosos também. Só que entre eles, o benefício é maior considerando a natural sensibilidade desses pacientes aos efeitos colaterais das medicações. Estudos duplo-cego são necessários para se garantir que não houve perda de eficácia no tratamento, em relação aos neurolépticos convencionais.

Última Atualização: 29-10-2004
Referências Biblio.:
Am J Geriatr Psychiatry 1999; 7:132-138
Uso da Risperidona nos idosos

Indução de Discinesia Tardia

A indução de discinesia tardia é o pior efeito colateral induzido pelos antipsicóticos, sendo mais prevalente entre os pacientes idosos. A finalidade desse estudo é determinar a incidência e os fatores de risco para discinesia tardia para os pacientes com mais de 45 anos de idade.Foram estudados 266 pacientes em uso de neurolépticos de alta ou baixa potência. Foram avaliados  movimentos anormais usando instrumentos com sensores eletromecânicos computadorizados. O principal fator indutor de discinesia encontrado foi o tempo de utilização de um neuroléptico, depois a dose acumulada tendo-se em conta a potência do neuroléptico, a história de abuso ou dependência de álcool ou drogas e a presença de leves discinesias ou tremores. A incidência de discinesia tardia encontrada em relação ao tempo foi de 26% para um ano de uso, 52% para dois anos de uso e 60% para três anos de uso. Mediante esses resultados é conveniente o clínico evitar os neurolépticos de maior potência nos pacientes mais velhos nesses grupos de risco

Referências Biblio.: Ref 244