Autismo Transtornos relacionados por semelhança ou classificação |
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O que é?
É uma alteração cerebral que afeta a capacidade da pessoa
se comunicar, estabelecer relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente.
Algumas crianças apesar de autistas apresentam inteligência e fala
intactas, outras apresentam também retardo mental, mutismo ou importantes
retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes
outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de
comportamento.
Manifestações
sociais
Muitas vezes o início é normal, quando bebê estabelece contato
visual, agarra um dedo, olha na direção de onde vem uma voz e
até sorri. Contudo, outras crianças apresentam desde o início
as manifestações do autismo. A mais simples troca de afeto é
muito difícil, como, por exemplo, o próprio olhar nos olhos que
é uma das primeiras formas de estabelecimento de contato afetivo. Toda
manifestação de afeto é ignorada, os abraços são
simplesmente permitidos mas não correspondidos. Não há
manifestações de desagrado quando os pais saem ou alegria quando
volta para casa.
As crianças com autismo levam mais tempo para aprenderem o que os outros
sentem ou pensam, como, por exemplo, saber que a outra pessoa está satisfeita
porque deu um sorriso ou pela sua expressão ou gesticulação.
Além da dificuldade de interação social, comportamentos
agressivos são comuns especialmente quando estão em ambientes
estranhos ou quando se sentem frustradas.
Razões para esperança
Quando os pais de uma criança autista descobrem que seu filho é
autista muitas vezes cultivam durante algum tempo ainda a esperança de
que ele ira recuperar-se completamente. Algumas famílias negam o problema
e mudam de profissional até encontrar alguém que lhes diga um
outro diagnóstico. Como seres humanos a dor sentida pode ser superada,
nunca apagada, mas a vida deve manter seu curso. Hoje mais do que antigamente
há recursos para tornar as crianças autistas o mais independente
possível. A intervenção precoce, a educação
especial, o suporte familiar e em alguns casos medicações ajudam
cada vez mais no aprimoramento da educação de crianças
autistas. A educação especial pode expandir suas capacidades de
aprendizado, comunicação e relacionamento com os outros enquanto
diminui a freqüência das crises de agitação. Enquanto
não há perspectiva de cura podemos desde já melhorar o
que temos, o desenvolvimento da qualidade de vida de nossas crianças
autistas.
Diagnóstico
Os pais são os primeiros a notar algo diferente nas crianças com
autismo. O bebê desde o nascimento pode mostrar-se indiferente a estimulação
por pessoas ou brinquedos, focando sua atenção prolongadamente
por determinados itens. Por outro lado certas crianças começam
com um desenvolvimento normal nos primeiros meses para repentinamente transformar
o comportamento em isolado. Contudo, podem se passar anos antes que a família
perceba que há algo errado. Nessas ocasiões os parentes e amigos
muitas vezes reforçam a idéia de que não há nada
errado, dizendo que cada criança tem seu próprio jeito. Infelizmente
isso atrasa o início de uma educação especial, pois quanto
antes se inicia o tratamento, melhor é o resultado.
Não há testes laboratoriais ou de imagem que possam diagnosticar
o autismo. Assim o diagnóstico deve feito clinicamente, pela entrevista
e histórico do paciente, sempre sendo diferenciado de surdez, problemas
neurológicos e retardo mental. Uma vez feito o diagnóstico a criança
deve ser encaminhada para um profissional especializado em autismo, este se
encarregará de confirmar ou negar o diagnóstico. Apesar do diagnóstico
do autismo não poder ser confirmado por exames as doenças que
se assemelham ao autismo podem. Assim vários testes e exames podem ser
realizados com a finalidade de descartar os outros diagnósticos.
Dentre vários critérios de diagnóstico três não
podem faltar: poucas ou limitadas manifestações sociais, habilidades
de comunicação não desenvolvidas, comportamentos, interesses
e atividades repetitivos. Esses sintomas devem aparecer antes dos três
anos de idade.
Tratamento
Foge ao objetivo desde site entrar em maiores detalhes a respeito do autismo
em geral e sobre o tratamento especificamente. Há fontes mais completas
e mais detalhadas na Web: aqui nos restringimos a uma abordagem superficial.
Contudo, vale a pena fazer algumas citações. Não há
medicações que tratem o autismo, mas muitas vezes elas são
usadas para combater efeitos específicos como agressividade ou os comportamentos
repetitivos por exemplo. Até bem pouco tempo usava-se o neuroléptico
para combater a impulsividade e agitação, mais recentemente antidepressivos
inibidores da recaptação da serotonina vêem apresentando
bons resultados, proporcionando maior tranquilidade aos pacientes. As medicações
testadas e com bons resultados foram a fluoxetina, a fluvoxamina, a sertralina
e a clomipramina. Dentre os neurolépticos a clorpromazina, o haloperidol
e a tioridazina também podem ser usadas dentre outras.
Para o autismo não há propriamente um tratamento, o que há
é um treinamento para o desenvolvimento de uma vida tão independente
quanto possível. Basicamente a técnica mais usada é a comportamental,
além dela, programas de orientação aos pais. Quanto aos
procedimentos são igualmente indispensáveis, pois os pais são
os primeiros professores. Uma das principais tarefas dos pais é a escolha
de um local para o treinamento do filho com autismo. Apresentamos aqui algumas
dicas para que a escolha seja a mais acertada possível:
Casos Clínicos
Henrique
Quando criança pequena era afetuoso e brincalhão. Aos seis meses
sentava-se e engatinhava, aos 10 começou a andar e aos 13 meses já
podia contar. Um dia aos 18 meses sua mãe o encontrou sentado na cozinha
brincando com as panelas de forma estereotipada (repetindo sempre os mesmos
movimentos) e de tal forma concentrado que não respondeu às solicitações
da mãe. Desse dia em diante a mãe se recorda que foi como se ele
tivesse se transformado. Parou de relacionar-se com os outros. Freqüentemente
corre ziguezagueando em volta de casa. Tornou-se fixado por lâmpadas elétricas,
corre em volta de casa apagando e acendendo as luzes e se alguém tenta
interrompê-lo ele torna-se agitado batendo e mordendo quem estiver pela
frente.
Joana
Desde o dia em que nasceu Joana apresentou comportamento anormal, parecia diferente
das demais crianças. Numa idade em que a maioria das crianças
é curiosa e quer ver tudo, Joana mexia-se pouco no berço e não
respondia aos ruídos dos brinquedos. Seu desenvolvimento não se
deu na ordem esperada, ficou de pé antes de engatinhar, e quando andava
era na ponta dos pés. Aos dois anos e meio de idade ainda não
falava apenas agarrava as coisas ou gritava pelo que queria. Era capaz de ficar
sentada durante horas olhando para um de seus brinquedos. Durante uma sessão
de avaliação passou todo o tempo puxando os tufos do agasalho
da psicóloga.
Última
Atualização: 15-10-2004
Ref. Bibliograf: Liv 02 Liv
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