Transtornos
Depressivos na Infância Transtornos relacionados por semelhança ou classificação |
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Generalidades
Irritabilidade e tristeza, os aspectos centrais das síndromes depressivas
na infância, são emoções normais, para identificar
um quadro depressivo é necessário comparações. Para
avaliar as síndromes depressivas precisamos verificar se a criança
está respondendo com irritação ou tristeza tanto quanto
as outras crianças da mesma idade e condições. Caso ela
esteja sistematicamente fora dos pradrões esperados para idade e condições,
é conveniente ter a opinião de um especialista. A respeito de
condições entenda-se o ambiente da criança e suas características
de personalidade. Isso significa que não encontraremos duas crianças
com as mesmas condições mas isso não impede a possibilidade
de uma avaliação, por isso a impressão de um clínico
experiente é importante, ele por ver muitas crianças em situações
semelhantes pode dizer até que ponto há uma depressão,
não há depressão ou há suspeita de depressão.
Distimia
Os critérios de diagnóstico de distimia
são os mesmos para a infância e a para os adultos
sendo portanto os sintomas de alteração do apetite (para mais
ou para menos), alteração do sono (para mais ou para menos), fadiga,
baixa auto-estima, dificulade de tomar decisões e de concentrar-se, desesperança.
Esses sintomas devem causar prejuízos como perda do rendimento escolar
ou até repetência além de retraimento social. As crianças
com distimia estão sempre reclamando, não acham nada bom ou satisfatório.
Essas manifestações devem ser diferenciadas das crianças
mimadas porque essas reagem com interesse e alegria a certas coisas que lhes
agradam e as distímicas não. Ao contrário dos adultos as
crianças deprimidas podem não reconhecer que estão deprimidas
simplesmente por não saberem o que é depressão, a criança
vê que algo não está bem com ela mas atribui as causas sempre
externamente a si pois ainda não conhece a si mesma de forma satisfatória.
Muitas vezes a distimia da infância só é identificada na
idade adulta quando o paciente em torno dos seus trinta anos de idade resolve
procurar um psiquiatra para tentar resolver essa situação de uma
vez por todas ou porque leu a respeito em algum lugar e identificou-se com o
quadro. Nessa ocasião é comum o relato de que sente-se um pouco
triste tão longe quanto a memória alcança. Provavelmente
quando criança os pais desses pacientes não se deram conta ou
não tinham como se dar conta de que seu filho tinha um transtorno do
humor, passível de tratamento o que poderia proporcionar uma vida mais
promissora no futuro.
Depressão maior
Pela denominação norte americana a distinção entre
a distimia e a depressão maior é basicamente a intensidade do
quadro depressivo, sendo este mais intenso e prejudicando de forma mais intensa
as atividades além de ser também mais curta quanto a duração.
Antes da aquisição da linguagem falada a criança se expressa
por pela expressão facial, pela postura corporal e pela falta de resposta
aos estímulos visuais e verbais. As crianças quando deprimidas
podem apresentar-se irritáveis ou com o humor instável (irritando-se
com facilidade). Enquanto algumas crianças têm explosões
temperamentais outras mostram-se chorosas e tristes. A perda de interesse nas
atividades de lazer é evidente, não têm mais iniciativa
para brincar e queixam-se de estarem entediadas e de não saber do quê
brincar. Queixas somáticas são comuns como dor de cabeça,
musculares ou abdominais, cansaço excessivo e falta de energia também
estão presentes. Muitas vezes a curva de crescimento não é
atingida porque a criança não tem apetite, outras podem tornar-se
obesas. Pesadelos e acordar a noite tornam-se frequentes. Inquietação
ou hiperatividade podem surgir o que deverá ser diferenciado do défict
de atenção com hiperatividade. O controle dos impulsos enfraquece.
A memória e a atenção também são comprometidas
e as crianças se distraem a toa e têm dificuldade de memorização,
o que é indispensável para o aprendizado. Um assunto que é
como um tabú nessa área, os pensamentos de morte e suicídio,
pouco são falados, mas é uma realidade e devem ser encarados corajosamente.
Os adolescentes relatam sentimentos depressivos ou apresentam aumento da irritabilidade
e hostilidade. Nessa faixa etária as tentativas de suicídio podem
acontecer geralmente juntas à sensação de que as coisas
são ruins mesmo e nunca melhorarão. Apresentam uma exagerada sensibilidade
à rejeição ou fracasso. O abuso de álcool e drogas
pode surgir como uma tentativa de automedicação.
Tratamento
As medicações já testadas e aprovadas para o tratamento
das depressões na infância e adolescência são a imipramina,
clomipramina, maprotilina, amitriptilina e nortriptilina. Mais recentemente
a fluoxetina, a sertralina, a paroxetina, a venlafaxina e o citalopram. Na criança
e no adolescente no entanto não basta dar medicação, a
orientação ou mesmo terapia de família são necessárias.
Última Atualização:15-10-2004
Ref. Bibliograf: Liv 02 Liv
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