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Os novos Antipsicóticos
na Esquizofrenia
A palavra revolução
é uma palavra gasta, a mídia utiliza-a para qualquer modificação
de padrões anteriores, e não para modificação
radicais das estruturas, como deveria ser. Por isso quando alguém
houve a palavra revolução não espera alterações
radicais do regime vigente. A introdução dos neurolépticos
na psiquiatria foi uma revolução no sentido literal, a psiquiatria
nunca mais foi a mesma depois dos psicotrópicos.
Passados os primeiros anos da euforia a realidade dos efeitos colaterais
começou a impor-se, como alternativa buscou-se neurolépticos
com menos efeitos colaterais. Os primeiros encontrados foram a tioridazina,
a clozapina e a sulpirida. Estes por terem menos efeitos extrapiramidais
foram classificados como neurolépticos atípicos. A clozapina
apesar de bons resultados foi retirado do mercado por causar agranulocitose,
em alguns casos fatais, sendo apenas recentemente reintroduzida com as
devidas precauções.
Admite-se atualmente que 40% dos esquizofrênicos não respondem
ao tratamento com os neurolépticos tradicionais e 60% permanecem
com sintomas residuais significativos. Nos anos anteriores pensava-se
que isso ocorria numa minoria de casos, mas acredita-se que estas cifras
sejam mais realistas. Boa parte desse fracasso se deve a incapacidade
de alguns pacientes tolerarem os antipsicóticos tradicionais. A
lacuna então deixada pelos antipsicóticos tradicionais resume-se
a excessivos efeitos extrapiramidais, baixa atuação sobre
os sintomas negativos, intolerância aos efeitos colaterais; sobre
a qual espera-se que os novos neurolépticos atuem, sem perda de
eficácia. Os atuais candidatos a essas tarefas são: Clozapina,
Olanzapina, Risperidona,
Quetiapina e Sertindol.
Por enquanto os estudos não nos permitem considerar essas medicações
superiores aos tradicionais, mas certamente muitos pacientes já
se beneficiaram delas, mais do que com as antigas alternativas. No passado
ganhamos experiência quanto a falsa expectativa na introdução
dos benzodiazepínicos, hoje devemos ser cautelosos no uso desses
novos medicamentos, apenas o uso de massa nas populações
mostrará sua real eficácia.
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Acrescentamos neste texto comentários desta equipe.
Última Atualização:
14-10-2004
Referências Biblio.:
The Psychiatric Clinics of North America March 1998
Emergin Roles for Novel Antipsychotic Medication in the Treatment of Schizophrenia
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