Cleptomania Transtornos relacionados por semelhança ou classificação |
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O que é?
A Cleptomania caracteriza-se pela recorrência de impulsos para roubar
objetos que são desnecessários para o uso pessoal ou sem valor
monetário. Esses impulsos são mais fortes do que a capacidade
de controle da pessoa, quando a idéia de roubar não é acompanhada
do ato de roubar não se pode fazer o diagnóstico. Devemos estar
alerta para ladrões querendo passar-se por cleptomaníacos. Dinheiro,
jóias e outros objetos de valor dificilmente são levados por cleptomaníacos,
ainda menos se os impulsos são em sua maioria para objetos de valor,
se alguma vez a pessoa leva um objeto valioso, sendo na maioria coisas inúteis,
pode-se admitir o diagnóstico, caso contrário, não. Acompanhando
o forte impulso e a realização do roubo, vem um enorme prazer
em ter furtado o objeto cobiçado. Numa ação de roubo, o
ladrão não experimenta nenhum prazer, mas tensão apenas
e posterirmente satisfação, não faz isso por prazer.
Como é o paciente com
cleptomania?
Aparentemente o cleptomaníaco é completamente normal não
há um traço identificável fora do descontrole em si mesmo,
ou seja, não é possível identificar o cleptomaníaco
antes dele adquirir objetos. Após o roubo o paciente reconhece o erro
de seu gesto, não consegue entender porque fez nem porque não
conseguiu evitar, fica envergonhado e esconde isso de todos. Essas características
se assemelham muito ao transtorno obsessivo compulsivo, por isso está
sendo estudada como uma possível variante desse transtorno, assim como
quanto à bulimia também, por se tratar de um impulso (por definição
incontrolável) que leva o paciente a sentir-se culpado e envegonhado
depois de ter comido demais.
Qual o curso dessa patologia?
A cleptomania geralmente começa no fim da adolescência e continua
por vários anos, é considerada atualmente uma doença crônica
e seu curso ao longo da vida é desconhecido, ou seja, não se sabe
se ocorre remissão espontânea. Geralmente a cleptomania é
identificada nas mulheres em torno dos 35 anos e nos homens em torno dos 50.
Sobre quem a cleptomania
costuma incidir?
Encontra-se mais casos de cleptomania em mulheres do que em homens, mas sabse-se
também que as mulheres procuram mais os médicos do que os homens.
Estima-se a incidência em aproximadamente 6 casos em 1000. É provável
que esse número esteja subestimado porque apesar de ser um problema médico
envolve também uma quebra da lei, reforçando o desejo do paciente
em se esconder, fazendo-nos pensar que é um transtorno raro. Quando um
objeto some de casa sabe-se que alguém o roubou mas não sabemos
se foi um ladrão ou um cleptomaníaco, o roubo em si é indêntico
em ambos os casos. Estudos em lojas mostrou que em menos de 5% dos roubos estavam
envolvidos cleptomaníacos.
Tratamento
Nâo há tratamento eficaz até o momento aceito,
tentativas estão sendo feitas com terapia orientada ao insight nos EUA,
terapia cognitivo comportamental e medicações, apenas com resultados
parciais, algumas pessoas melhoram outras não. Também não
se tem certeza se a melhora observada foi devido à atenção
dada ou se foi pelo tratamento especificamente.
Última Atualização:
7-12-2005
Ref Bibliográfica:
Am J Psychiatry. 2003 Aug;160(8):1509-13.
Psychopathology and comorbidity of psychiatric disorders in patients with kleptomania.
Bayle FJ, Caci H, Millet B, Richa S, Olie JP.
Kaplan & Sadock
Comprehensive TextBook in Psychiatry
6ª Ed.