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Suicídio e Psiquiatria
Nem todas as pessoas que cometem suicídio apresentam problemas psiquiátricos,
mas é verdade que dentre os pacentes psiquátricos a taxa de suicídio
é maior do que na população em geral, assim como dentre
as pessoas com doenças não psiquiátricas a taxa de suicídio
é mais elevada também, em relação á população
geral. Não é válido julgar que uma pessoa depois de cometer
ou tentar suicídio venha a ser considerada como portadora de doença
mental por causa de seu gesto. Em aproximadamente 70% dos suicídios a
pessoa apresentava alguma condição psiquiátrica, nos outros
30% alguma condição social como doença não psiquiátrica,
desemprego e problemas legais como principais fatores. Observa-se também
uma diferença nos fatores que levam ao suicídio conforme a idade,
abaixo dos 30 anos de idade uso de drogas ilícitas e personalidade
anti-social são mais frequentes enquanto que acima dessa idade 69%
dos suicídios estão correlacionados a transtornos do humor.
Mitos acerca do Suicídio
As pessoas que ameaçam se suicidar não o fazem de fato
80% das pessoas que se mataram verbalizaram previamente sua intenção
O suicídio ocorre
sempre sem aviso
Geralmente são avisos indiretos ou dissimulados como: "não
sivo para nada", "só estou atrapalhando", mas as pessoas
que se matam sempre avisam antes.
Uma pessoa que já
pensou em suicídio será sempre uma candidata a ele.
Nâo é verdade, uma pessoa que pensou ou tentou suicídio
poderá vir a superar suas diviculdades e passar a rejeitar fortemente
a idéia de morrer.
O suicídio ocorre
mais entre os ricos.
Falso, ocorre nas mesmas proporções entre ricos e pobres.
Estes são os grupos de risco mais abrangentes, outros grupos menores como homossexuais também apresentam taxas mais elevadas conforme estudos da universidade de minesota no qual constataram que 41 em 137 relataram tentativas de suicídio. Este grupo foi constituido por homossexuais masculinos entre 14 e 21 anos de idade.
A relação
de ajuda
Ajudar não é fácil e não nascemos sabendo, esta
é a posição inicial para quem nunca teve um preparo especial
para lidar com quem precisa de ajuda. Ajudar significa dar aquilo que a pessoa
precisa e não aquilo que achamos que ela precisa. O que mais se encontra
na prática e isso não se restringe às pessoas potencialmente
suicidas mas todos enfermos que precisam de ajuda. Admitir que não saber
o que falar é uma atitude positiva de quem é humilde e se não
souber o que dizer não tente inventar, afirme que não sabe o que
dizer mas está disposto a ouvir de coração aberto o que
a pessoa tem a dizer.
Como ajudar?
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, ajudar não é
fácil nem intuitivo, para ajudar é necessário estar preparado,
se possível, trienado, dizer aquilo que se julga ser bom e eficaz pode
vir a ser destrutivo. As pessoas não são todas iguais, as circunstâncias
variam, os valores mudam, as crenças são adquiridas ou perdidas,
por isso, para se ajudar uma pessoa que quer morrer é assunto para pessoas
bem informadas e bem formadas, do contrário é melhor não
falar nada. a em suicídio é uma pessoa solitária, ela pode
estar no meio de uma grande multidão ou de uma grande família
mas sente-se só. Antes da primeira tentativa ela tenta se comunicar mas
é considerada inconveniente, sem tato, chata e tende a ser isolada e
rejeitada pelas pessoas, passa a ser alvo de fofocas que não perdoam
o sofrimento alheio. Outras vezes a pessoa não consegue deixar claro
seu sofrimento e sua angústia, logo a tentativa ou a consumação
do suicídio pode ser uma tentativa de comunicação. Por
outro lado existe as pessoas com transtorno histriônico de personalidade,
essas são manipuladoras e usam as ameaças contra própria
integridade como forma de manipular os parentes, não é possível
manipular os médicos porque esses sempre internarão as pessoas
acometidas por algum fator de risco que ameaçam se matar, mas os parente
estão sujeitos às manipulações. Essa situação
é extremamente difícil de se lidar, não sendo possível
estabelecer regras nem condutas pré-definidas. A contenção
da manipulação por ameaças de suicídio exige muito
frieza por parte de quem houve, prudência, preparo, paciência e
possibilidade de agir com rapidez se necessário.
O gesto suicida não surge repentinamente, se ocorre repentinamente é
porque a pessoa estava nos anos ou meses anteriores escondendo todo seu sofrimento.
Uma pessoa sempre solícita e sorridente no trabalho não por ser
descartada como um potencial suicida, pode surpreender quem está ao lado,
mas isso significa apenas que conseguiu encobrir muito bem todo seu sofrimento.
Uma pessoa sem o preparo especial pode oferecer compreensão (os ouvidos
e um olhar atento) e o calor humano (interessar-se pessoalmente e dispor-se
a procurar meios de ajudar). A compreensão é sempre incondicional
nessas situações, não se pode querer que a pessoa pense
ou acredite como quem ouve, talvez e quase sempre será, ela terá
valores e crenças distintos ou talvez nenhuma crença ou valor.
A atittude de quem quer ajudar deve ser: "não imagino o que você
está passando, mas estou disposto a estar ao seu lado para tudo que me
pedir, exeto para ajudar a morrer".
O que fazer ?
O que não fazer.
Última Atualização:
1-02-2006
Ref Bibliográfica:
Risk factors for attempted
suicide in gay and bisexual youth
G Remafedi, JA Farrow and RW Deisher
Volume 87, Issue 6, pp. 869-875,
06/01/1991